10 de outubro de 2024

Após Paes falar em ‘ameaças e extorsões’ contra Castro na Alerj, deputado Rodrigo Bacellar chama prefeito de ‘vagabundo’; VÍDEO

Presidente da Alerj também classificou a Câmara do Rio como ‘subserviente’ ao prefeito. Bacellar chama Paes de ‘vagabundo’ em sessão plenária após ser criticado pelo prefeito
O presidente da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), deputado estadual Rodrigo Bacellar (União Brasil), abriu a sessão plenária desta quinta-feira (10) fazendo duras críticas ao prefeito reeleito do Rio, Eduardo Paes (PSD). Bacellar chamou Paes de “vagabundo”, revelou detalhes de conversas privadas entre eles e atacou a Câmara de Vereadores do Rio, classificada como “subserviente ao prefeito”.
Bacellar fez os ataques em resposta a uma entrevista do prefeito reeleito ao jornal O Globo, em que Paes afirmou que lideranças da Alerj interferem no governo do estado com “ameaças” e “extorsões”.
Eduardo Paes e Rodrigo Bacellar
Reprodução/ TV Globo e TV Alerj
O que disse Paes na entrevista ao Globo
“Ele [o governador Cláudio Castro] precisa dar um basta nessa interferência da Alerj, ou de personagens da Alerj, no governo dele. Precisa governar. Eu acho que dá para ele governar com uma parte da oposição, para não se juntar a ameaças, extorsões, seja lá o que ele sofre que gera essa relação dele de tanto temor. Ele é governador pelos próximos 2 anos, e não podemos deixar o estado ser destruído.”
O que Bacellar respondeu
“Gostaria de falar publicamente aqui para os deputados e olhando para a câmera e para o prefeito desta cidade: quando quiser falar mal de Rodrigo Bacellar, venha na minha frente e fale. Não fujo de ninguém, não sou tuiteiro, não sou menina de recado, muito menos blogger de jornal. Quando quiser falar de Rodrigo Bacellar, cite o meu nome e me acuse daquilo que o senhor acha que lhe convém. Mas respeite o Parlamento do Estado do Rio de Janeiro, porque aqui ninguém faz extorsão, muito menos ameaça.
É muito grave um prefeito que pensa em ser governador, um vagabundo chamado Eduardo Paes, vir falar que o Parlamento faz extorsão. Ocorre que o Parlamento na minha presidência não é puxadinho de prefeitura igual é a Câmara de Vereadores.
Respeito muito o Carlo Caiado, presidente [da Câmara], o irmão [Cláudio Caiado], que é deputado muito meu amigo aqui, mas não confunda o teu presidente da Câmara, que é subserviente à Vossa Excelência, com a minha pessoa, que não é subserviente a ninguém.
[Paes] me chamou para almoçar no dia seguinte do lançamento de [Rodrigo] Amorim e de [Fred] Pacheco, quando lançamos a chapa do União Brasil [à Prefeitura do Rio], e meteu a porrada no PT, meteu a porrada em Lula, meteu a porrada em André Ceciliano.
Então estou falando para você, se você é homem, marca um debate na Praça 15 para todo mundo ver.
Esse papinho, ‘Cosa Nostra’ — ele gosta de falar italiano. ‘Cosa Nostra’, prefeito Eduardo, foi o que fez atrás do Fashion Mall, lá na padaria embaixo do apartamento do amor da sua vida, o Pedro Paulo, e que culminou lá no teu estúdio de gravação, na última campanha de governador. Se recorda, Cosa Nostra? Se recorda bem, não recorda?
Mas se quiser abrir para a população, eu estou pronto a hora que o senhor quiser. Comigo o buraco é mais embaixo. Não confunda Rodrigo Bacellar com o Parlamento fluminense.
É uma pena que daqui a 2 anos eu não vou estar mais aqui. Porque eu queria muito confrontar esse rapaz, mas fica aqui a minha dica para vocês: pensem muito bem no que vocês querem para o futuro do Estado do Rio de Janeiro. Pensa muito bem: porque esse rapaz nasceu em berço rico, tem irmão banqueiro e acha que a vida se resume em governar ele e os miudinhos dele.
No mundo ideal do prefeito Eduardo Paes, os secretários dele é mamãe, papai dele, primo, Pedro, [Eduardo] Cavaliere [vice eleito na chapa], Vovó Maria. É só a cúpula dele. E aqui o buraco é mais embaixo. Ele não tem noção do que uma Assembleia Legislativa do Estado, não. O senhor está com cabeça de prefeito, de achar que manda em tudo e monopoliza da forma que o senhor quer.
Pensem bem, o que vocês querem para frente de um estado que está quebrado, de um estado que precisa de união? De um estado que precisa de humildade?
Eu não sou candidato a governador. Todo mundo sabe disso aqui. Eu nunca falei isso para vocês. Carinhosamente eu sempre pedi a todos vocês: se tiver uma vaga de conselheiro [do Tribunal de Contas do Estado] eu gostaria de disputar. Gostaria muito de ter o apoio de vocês.
Não dou volta em ninguém; se eu tiver de dar não, eu dou na cara; se eu tiver de brigar, eu brigo olhando no teu olho, mas não apunhalo ninguém pelas costas, não uso as pessoas como Eduardo Paes faz; não tenho essa vocação de querer mandar no mundo como o senhor Eduardo quer.
Ele quer ter a prefeitura na mão do Cavaliere, ele quer ser governador e como ele bem colocou, ele quer tentar ir lá com Lula, porque, segundo ele, Lula está velho, né? A qualquer momento pode não ter mais condições. Então a vida dele passa do poder pelo poder.
Amigo meu, quando dá catapora, eu vou lá, ajudo a limpar, eu levo o remédio. Eu não faço igual a ele fez com um monte pela vida afora, de Cesar Maia ao saudoso Picciani, a Sérgio Cabral Filho e um monte de gente que ele fez: usa, usa, usa, chega aonde quer e depois vira as coisas como se nada tivesse acontecido. Exonera e quer sempre bancar: ‘Eu sou o bom moço’.
Tipo aquela menina virgem no cabaré. Eduardo Paes é esse. Então, para de história, Eduardo. Para de história de uma vez por todas. Eu sei do quanto o senhor gosta de uma promiscuidade lá na Gávea Pequena. Para com esse Xou da Xuxa de uma vez!
Passou a eleição toda dando porrada no governador! Agora vem no outro dia com a cara mais lavada: ‘Governador, nós temos que estar juntos’. Dissimulado! Cínico! Comigo não funciona! Se bater, tu vai levar. Só respeita o Parlamento, por favor, porque aqui, enquanto eu for presidente, se você atacar o Parlamento, eu vou para dentro de você!”
Tréplica de Paes
“É isso mesmo: essa gente lá e eu cá! A ‘cosa nostra’ vai se agitar! Eles sabem a que me refiro! Enfrente-os, governador! O Rio agradece!”, postou.
O presidente da Alerj, Rodrigo Bacellar (União), e o prefeito da capital, Eduardo Paes (PSD), após encontro no Palácio Tiradentes
Reprodução
Repercussão
O g1 entrou em contato com as assessorias do governo do estado, do prefeito Eduardo Paes, do deputado estadual Pedro Paulo, do deputado estadual e secretário Municipal de Habitação do Rio, Claudio Caiado, e do vereador e presidente da Câmara dos Vereadores, Carlo Caiado.
Câmara de Vereadores
“O Rio se orgulha de ser uma capital em que os Três Poderes funcionam como reza a nossa Constituição: independentes e harmônicos.
A Câmara Municipal, nestes últimos 4 anos, foi fundamental para o resgate da nossa cidade, como no Reviver Centro e na requalificação do BRT, além de dar condições para que os investimentos voltassem.
Teremos a construção de um novo autódromo, a reforma de São Januário, a construção de um estádio do Flamengo, a criação de uma Bolsa de Valores — entre tantas outras ações que já movimentam a nossa economia e vão gerar ainda mais empregos.
Em agosto, só a capital, gerou 10.529 novas vagas de trabalho. Isso significa mais da metade de todo o Estado do Rio, que teve um saldo de 18,6 mil empregos, segundo o Caged.
Este Parlamento vem trabalhando muito em prol dos cariocas, e continuará assim pelos próximos anos. Com diálogo, harmonia e independência.”
Deputado Pedro Paulo
“O presidente da Alerj, Bacellar, tem algum problema com a sexualidade dele. Acho que ficar andando com alguns marmanjos imbecis da Alerj do lado dá nisso! Sentiu o golpe e não está entendendo o recado das urnas. Para além do bate-boca, precisamos proteger o Governo do Estado, enfraquecido, do 5º escalão da política fluminense. É só lembrar que ele tem dedo podre: indicou secretário na Segurança, está uma tragédia; comanda a Educação e fez do Ideb do RJ o penúltimo do país, fora as outras cositas… PSD, MDB, PP, que saíram vitoriosos nas urnas, têm que dar um basta. A começar pelo comando da Alerj.”

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