8 de janeiro de 2025

Após restauro, relógio histórico vandalizado em ato golpista retorna ao Planalto


Peça do século XVII, trazida por Dom João VI ao Brasil, foi danificada há dois anos. Obras restauradas serão reintegradas ao acervo da Presidência. Relógio restaurado chega ao Palácio do Planalto
Guilherme Mazui/g1
O relógio histórico vandalizado há dois anos, durante os atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, foi devolvido ao Palácio do Planalto nesta terça-feira (7).
Após um processo de restauro em parceria com o governo da Suíça, a peça rara foi transportada por para o palácio, e será oficialmente reintegrada ao acervo da Presidência nesta quarta-feira (8) durante os atos que marcam os dois anos da invasão das sedes dos Três Poderes.
Relógio histórico vandalizado em ato golpista retorna ao Planalto
O relógio de Balthazar Martinot, uma peça de pêndulo do século XVII, foi destruída por Antônio Cláudio Alves Ferreira, um dos extremistas que invadiu o Planalto — ele foi condenado a 17 anos de prisão.
A peça foi um presente da Corte Francesa para Dom João VI e veio com a família real portuguesa para o Brasil. Martinot era o relojoeiro do rei francês Luís XIV. Segundo o governo brasileiro, restaram apenas dois relógios do artista, um exposto no Palácio de Versailles, na França.
O relógio é feito de casco de tartaruga e com um bronze que não é fabricado há dezenas de anos. A peça foi enviada à Suíça para ser recuperada e será reintegrada ao acervo do governo brasileiro junto com outras danificadas por vândalos, a exemplo do quadro As Mulatas, do pintor Di Cavalcanti.
ANTES e DEPOIS – Peça do século 17, o relógio do francês Balthazar Martinot foi destruído por vândalos em 8 de janeiro de 2023
Arte/g1
As Mulatas, O Flautista e Krajcberg
As obras de arte restauradas começaram a ser levadas de volta ao Planalto na segunda-feira (6), entre as quais o quadro As Mulatas, a escultura em bronze O Flautista, de Bruno Giorgi, e a escultura de madeira Galhos e Sombras, de Frans Krajcberg.
O restauro dessas e outras peças foi realizado em um laboratório que o governo montou no Palácio da Alvorada em parceria com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), que assumiu os custos do trabalho realizado por uma equipe de dez restauradores da Universidade Federal de Pelotas (UFPel).
Após restauração, obras depredadas em atos antidemocráticos retornam ao Planalto
O retorno das obras, que também inclui uma ânfora portuguesa em cerâmica esmaltada, marca os atos em alusão aos dois anos dos ataques de 8 de janeiro de 2023. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) convidou representantes dos demais poderes para uma solenidade no Planalto, seguida de um abraço simbólico à Praça dos Três Poderes.

Mais Notícias