9 de outubro de 2024

Após sabatina ‘bem-sucedida’, Galípolo vai sugerir novos diretores do BC a Lula, diz Haddad

Com aval do Senado, Gabriel Galípolo assumirá Banco Central em 2025. Lula deve indicar três novos diretores ainda este ano; a partir de 2025, governo terá maioria no Copom. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quarta-feira (9) que, após uma sabatina e uma votação “bem-sucedida” do nome de Gabriel Galípolo para comandar o Banco Central a partir de 2025, o futuro chefe do BC indicará o nome de novos diretores ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Lula tem de indicar três novos diretores para o Banco Central até o fim deste ano. Eles também precisam ser sabatinados e aprovados pelo Senado para tomar posse. Os novos nomes vão ocupar:
a diretoria de Política Monetária, hoje comandada por Galípolo;
a diretoria de Regulação;
e a diretoria de Relacionamento, Cidadania e Supervisão de Conduta.
“O que nós combinamos com o presidente Lula, é que depois da sabatina que ocorreu ontem, e que foi muito bem-sucedida, foi muito saudada a maturidade com que a sabatina foi feita, e a votação, muito expressiva, eu penso que é um sinal de que institucionalmente as coisas vão bem”, disse Haddad a jornalistas.
“Temos sim essa preocupação com a questão de gênero no BC, e o Galípolo ficou de, ato contínuo à sabatina, levar ao presidente Lula alguns nomes, uma vez que é ele que indica ao Senado, para que esses nomes sejam sabatinados. Nós imaginamos que em novembro seja possível sabatiná-los”, acrescentou o ministro da Fazenda.
Governo terá maioria no Copom
A partir do começo do ano que vem, os indicados por Lula terão maioria no Comitê de Política Monetária (Copom), colegiado responsável por fixar a taxa básica de juros da economia, atualmente em 10,75% ao ano. Nesta terça (8), o presidente afirmou que aposta em queda de juros em 2025.
Lula desaprova o patamar alto dos juros reais brasileiros na comparação com o resto do mundo, alegando que eles freiam o crescimento da economia.
O presidente já fez várias críticas ao atual presidente do BC, Roberto Campos Neto, indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, que fica até o fim deste ano no cargo.
Com a autonomia da instituição aprovada, os diretores e presidente do BC têm mandato fixo. Deste modo, não podem mais ser demitidos pelo presidente da República.
Em agosto, porém, o presidente da República afirmou que não tem problema Galípolo, indicado por ele posteriormente para a Presidência do BC, falar em aumento dos juros — pois ele seria uma pessoa “competentíssima”, um “brasileiro que gosta do Brasil”.

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