Movimento estudantil, que reclama do corte de benefícios, tomou o prédio na quarta e fechou as entradas na quinta, quando houve confusão. Entradas da Uerj com vigilância reforçada
Reprodução/TV Globo
Com vigilância reforçada, a Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj) retomou nesta sexta-feira (16) as atividades do campus do Maracanã, 2 dias depois que alunos ocuparam o prédio principal e interditaram os acessos.
O movimento estudantil protesta contra cortes em benefícios e nesta quinta-feira (15) entrou em confronto com guardas patrimoniais. O governo do estado afirmou que a Uerj vem cumprindo rigorosamente o orçamento aprovado pela Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).
As entradas do Pavilhão João Lyra Filho, até esta quinta bloqueadas com móveis, amanheceram nesta sexta-feira liberadas e com controle de acesso.
Tensão no campus
Alunos da Uerj protestam contra novos critérios para bolsas e ocupam campus da universidade
Aeda da Fome
O protesto é contra o Ato Executivo de Decisão Administrativa (Aeda 38/2024), que mudou os requisitos para obtenção das bolsas estudantis na universidade e entrou em vigor desde o dia 1º.
O movimento estudantil afirma que o “Aeda da Fome” prejudica 5 mil universitários de alguma forma.
Atualmente, 2,6 mil estudantes estão na categoria de vulnerabilidade social. Eles entraram na faculdade pela ampla concorrência — fora do sistema de cotas — e, durante a matrícula, comprovaram a renda e passaram pelo sistema de avaliação socioeconômica.
Como era:
Auxílio-material: para pagar despesas com livros e impressões. Era pago 2 vezes ao ano, a cada semestre, no valor total de R$ 1,2 mil;
Auxílio-alimentação e passagem: R$ 300 cada, por mês;
Bolsa de apoio a vulnerabilidade social: R$ 706 por mês com duração de 2 anos para quem comprovasse renda bruta de até um salário mínimo e meio por pessoa da família, ou R$ 2.118;
Auxílio-creche para quem solicitasse.
Como ficou:
A bolsa de vulnerabilidade agora exige renda bruta de meio salário mínimo por pessoa da família, ou R$ 706;
Auxílio-material foi reduzido à metade;
o auxílio-alimentação ficou restrito a quem estuda em campus sem restaurante universitário. Quem frequenta o Maracanã agora só tem o bandejão;
o auxílio-creche será pago a apenas 1,3 mil estudantes.