Advogados do ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro alegam que não houve tentativa de obstruir a Justiça, e que vazamento de áudios não prejudicou investigações. A defesa do tenente-coronel Mauro Cid pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) a liberdade provisória do militar.
Os advogados do ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro alegam que não houve tentativa de obstruir a Justiça, e que o vazamento dos áudios não prejudicou as investigações (leia mais abaixo).
Mauro Cid voltou para a prisão há um mês, quando quebrou o sigilo da delação e falou sobre as investigações.
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Preso novamente
Em 22 de março, Cid foi preso preventivamente por descumprir medidas cautelares e por obstrução da Justiça. O ministro do STF Alexandre de Moraes expediu a ordem depois que tenente-coronel atacou a Corte e a Polícia Federal.
Mauro Cid quebrou o sigilo da delação e falou sobre as investigações. A prisão ocorreu depois do vazamento de áudios, revelados pela revista “Veja”, em que o militar afirma ter sido pressionado pela Polícia Federal durante depoimentos. Cid fechou acordo de delação premiada com a PF, homologado pelo ministro Alexandre de Moraes.
Nos áudios, o ex-ajudante de ordens alegou — a um interlocutor não identificado — que Alexandre de Moraes e a Polícia Federal estão com a narrativa pronta.
“Eu vou dizer o que eu senti: eles já estão com a narrativa pronta deles, é só fechar e eles querem o máximo possível de gente para confirmar a narrativa deles. É isso que eles querem”.
O tenente-coronel disse ainda que seria condenado a mais de 30 anos de prisão se não colaborasse com as investigações.
“Porque eu estou em vacina, eu estou em joia”.
O tenente-coronel também disse nos áudios que perdeu a carreira de militar.
“Ninguém perdeu carreira, ninguém perdeu vida financeira como eu perdi. Todo mundo já era quatro estrelas, já tinha atingido o topo. O presidente teve PIX de milhões, ficou milionário, né? Está todo mundo aí”.
Depois da divulgação dos áudios, Mauro Cid foi intimado a prestar depoimento no STF. Ele foi ouvido por cerca de 30 minutos por um juiz auxiliar do ministro Alexandre de Moraes e não revelou com quem estava conversando nos áudios.
Após o depoimento, o militar foi preso pela Polícia Federal e levado para a Superintendência da PF, onde passou por exame de corpo de delito no Instituto Nacional de Criminalística. De lá, ele seguiu para o Batalhão da Polícia do Exército, onde está preso até o momento.