Rafael Mazzucato foi preso nesta quinta-feira (6) a mando da Justiça. Segundo a Polícia Civil, vítima foi baleada na cabeça por engano após confusão entre atirador e funcionários do estabelecimento. Rafael Mazzucato foi preso em Ribeirão Preto, SP, pela morte de Ruan César Godói, de 22 anos
Aurélio Sal/EPTV
Preso nesta quinta-feira (6) pela morte do borracheiro Ruan César Godói, de 22 anos, em Ribeirão Preto (SP), Rafael Mazzucato disse que está arrependido de ter feito os disparos que atingiram a vítima por engano em um estacionamento na região da baixada no domingo (2).
“Eu estou muito arrependido, porque o rapaz que morreu é inocente, não tinha nada a ver com isso. Pedir perdão [à família da vítima]. Destruí duas famílias [a minha e a da vítima]”, disse Mazzucato, na porta da Delegacia de Investigações Gerais (DIG).
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Ele teve a prisão temporária por 30 dias decretada pela Justiça nesta quinta-feira e se apresentou à Polícia Civil ao tomar conhecimento do mandado expedido.
Mazzucato responde por homicídio qualificado, motivo torpe e recurso que impossibilitou a defesa da vítima.
Antes de ser levado à unidade prisional, o suspeito ainda disse que foi usado como isca pelo amigo, Francisco José Mussi Júnior, que tinha uma rixa com funcionários do estacionamento por causa de uma mulher. No entanto, Mazzucato não deu detalhes sobre o assunto e afirmou que “tudo vai ser esclarecido depois”.
O delegado Rodolfo Latif Sebba, responsável pela investigação, cogita fazer uma acareação entre os envolvidos. Ele evitou dar detalhes sobre a suposta rixa, mas informou que os depoimentos colhidos até o momento têm contradições.
“Chegou para nós a possibilidade de que funcionários do estacionamento já existia uma rixa com um deles. A gente está apurando ainda para saber se aquela pessoa que fez os disparos foi instigada a fazer os disparos, se existia um ajuste de conduta entre os dois investigados. Tem muita coisa que a gente precisa apurar (…) Talvez o Rafael tenha sido manipulado, talvez alguma verdade aí não esteja vindo à tona no momento”, disse.
Ainda segundo Sebba, com a prisão de Mazzucato, testemunhas consideradas importantes podem se sentir mais seguras para revelar detalhes sobre o caso.
Vítima por acaso
O corpo de Ruan César Godói será enterrado nesta sexta-feira (7) em Ribeirão Preto.
Segundo a Polícia Civil, o rapaz foi confundido com um funcionário do estacionamento que havia agredido Mazzucato cerca de 20 minutos antes no local. Imagens de câmeras de segurança registraram as agressões que teriam acontecido por um desentendimento pelo uso do espaço.
Ruan Godói, de 22 anos, morreu após ser baleado na cabeça em estacionamento de Ribeirão Preto
Reprodução/ Redes sociais
Após apanhar, Mazzucato deixou o estabelecimento na garupa da moto do amigo Francisco, mas voltou armado e atirou no momento em que Ruan fazia o pagamento do ticket dele. O funcionário envolvido nas agressões estava próximo ao borracheiro e conseguiu escapar.
Pelas imagens das câmeras de segurança é possível ver que Ruan estava de camiseta, boné e tênis nas mesmas cores usadas pelo funcionário. Ele não teve tempo de reagir à aproximação do atirador.
O jovem foi socorrido e levado à Unidade de Emergência do Hospital das Clínicas (HC-UE), mas não resistiu.
Vídeo mostra briga em estacionamento momentos antes de suspeito chegar atirando e atingir jovem na cabeça em Ribeirão Preto
Reprodução/ Câmeras de segurança
Amigo investigado
Amigo de Rafael, o servidor público Francisco José Mussi Júnior também prestou depoimento à Polícia Civil. Ele estava com Rafael no momento da briga e o levou à casa dele logo em seguida.
De acordo com Francisco, Rafael voltou com uma arma de dentro do imóvel e o obrigou a levá-lo ao estacionamento, alegando que iria dar um susto no funcionário.
A participação de Francisco no crime é alvo de investigação da polícia. Segundo apuração da EPTV, o servidor público descumpriu uma medida cautelar judicial em razão de um outro processo por porte ilegal de arma, movido em 2021, já que não poderia estar fora de casa das 19h à 0h.
Segundo a investigação, antes da confusão no estacionamento, Francisco e Rafael chegaram a um bar por volta das 22h.
Francisco chegou a dizer que Mazzucato havia se envolvido na briga com o funcionário para defendê-lo.
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