19 de outubro de 2024

Artista em situação de rua aproveita espaços públicos para criar esculturas de areia em Sorocaba: ‘Arte é um dom’

Há mais de três anos sem endereço fixo, Valdevino José Luiz Bom sobrevive somente da arte. Ele já chegou a fazer esculturas nas areias de diversas praias da região sudeste. Artista aproveita espaços públicos para criar esculturas de areia em Sorocaba
A arte pode ser dominada pelas pessoas por meio de formas completamente diferentes. Seja pela música, pelas telas de pintura, na literatura, ou até mesmo nas animações digitais. No entanto, um homem tem chamado a atenção por mostrar seu talento utilizando apenas dois atributos: areia e água.
Valdevino José Luiz Bom é de Sorocaba (SP) e está em situação de rua há mais de três anos, sem um endereço fixo. Desde então, ele sobrevive da arte, passando por diversas cidades diferentes.
“Já estive em todas as praias do litoral, sem exceção. Estive em uma turnê, montando e desmontando barracas. Na época da novela ‘Mulheres de Areia’, exibida pela TV Globo, andei pelas praias do Rio de Janeiro montando esculturas. Fui em muitas cidades fazendo este trabalho”, relembra.
Escultura é feita apenas com areia e água
Reprodução/TV TEM
Em um cantinho na cidade, Valdevino transformou o local em uma galeria a céu aberto. As pessoas que passam pela região não hesitam em gravar vídeos, tirar fotos e comentar sobre as obras de arte, que viralizaram nas redes sociais.
Olhando de perto, é possível ver uma variedade de reproduções. Entre elas, gladiadores, sereias e até mesmo uma homenagem a Ayrton Senna, um dos pilotos de corrida mais famosos da história do esporte.
O artista ainda ensina as técnicas de montagem das escultura às crianças que visitam o parque, estimulando a arte. Elas ficam sentadas em um banco de areia, totalmente feito por Valdevino.
“Na primeira vez que vim aqui, fiz um quadrado. Ficou muito bonito, então agora, estou fazendo um vulcão. Minha arte evoluiu um pouquinho mais. No futuro, tenho vontade de fazer um carro”, explica uma das crianças.
Valdevino já viajou diversos países com a sua arte
Reprodução/TV TEM
Para o artista, o reconhecimento é uma oportunidade de ensinar uma arte pouco valorizada e que poucas pessoas conhecem. Segundo Valdevino, elas possuem uma grande facilidade de aprendizado.
“Eu comecei a esculpir com sete anos. Hoje, vejo que há crianças de cinco fazendo esse tipo de arte. Elas são muito mais inteligentes que nós, crianças da época, que demorávamos mais para ter a inteligência e habilidade que elas tem hoje. Elas fazem perguntas interessantíssimas, eu gosto muito das crianças”, comenta.
“Não sei explicar como eu aprendi. Aos sete, eu já sabia fazer. Fui à praia com a minha mãe e fiz uma esfinge, um leão com cabeça de faraó. As pessoas ficaram espantadas. A arte é um dom”, complementa.
Valdevino conta que conheceu outros países e ganhou prêmios com a arte. Hoje, ele deseja superar seus objetivos e, como cada escultura tem sua história, o artista fez uma homenagem à TV TEM usando seu grande talento.
Valdevino fez uma homenagem à TV TEM em formato de escultura
Reprodução/TV TEM
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