João Pedro Perassoli, de 23 anos, transformou o hobby de produzir dioramas em trabalho e, desde 2020, vive da arte em Rio Preto (SP). Miniatura do rapper Sabotage produzida por artista plástico de Rio Preto (SP)
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No refrão da música “A Cultura”, Sabotage diz que “a cultura é nossa, a estrutura reforça”. Foi inspirado nessa ideia que um artista plástico de São José do Rio Preto, no interior de São Paulo, resolveu apostar no amor pelo skate e pelo grafitti para transformar em trabalho um hobby de produzir maquetes em miniatura (também chamadas de dioramas).
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Artista plástico de Rio Preto (SP) faz miniaturas e traz estilo próprio para as peças
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Hoje com 23 anos, João Pedro Perassoli teve o primeiro contato com a arte de representar realidades diversas em tamanho reduzido usando três dimensões em 2015. Na época, como ele colecionava miniaturas de carros, decidiu fazer uma garagem para eles.
“Em 2016, eu conheci o grafitti e comecei a fazer umas peças de chaveiros com a cara de um personagem que criei. Depois, voltei para as miniaturas e mesclei com o grafitti e também a pixação”, conta.
João Pedro Perassoli, artista plástico de Rio Preto (SP), faz dioramas
@pixelshow
Aos poucos, os amigos de João começaram a elogiar os trabalhos, o que deu o impulso para que ele investisse ainda mais no hobby.
Foi então que, em 2020, o artista plástico resolveu “entrar de cabeça” neste universo e viver da arte. Hoje, João Pedro atua profissionalmente na área e consegue se sustentar com o dinheiro que ganha por meio dos dioramas.
Uma das obras que João Pedro Perassoli, artista plástico de Rio Preto (SP), fez
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Ao g1, ele explica que os preços dos trabalhos variam de acordo com o comprimento e as referências das peças.
“O custo varia tanto para encomendas quanto para projetos autorais. Um trabalho de 30 centímetros de comprimento, por exemplo, vale entre R$ 1.500 e 3.500, dependendo das referências”, continua.
Os prazos de produção também mudam conforme a complexidade do projeto, mas, em geral, as peças ficam prontas em um período de um a dois meses.
Miniatura em lata que artista plástico de Rio Preto (SP) produziu
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Entre tantas peças já produzidas, João tem uma favorita e, claro, uma que deu mais trabalho:
“A minha favorita foi a reprodução da esquina azul que fica na Vila Mariana, em São Paulo. Foi uma das obras em que 98% dela foram feitos à mão. E a que mais me deu trabalho foi o Museu Nacional, mas os detalhes me encantaram no final”, revela.
Diorama da esquina azul que fica na Vila Mariana, em São Paulo
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Diorama do Museu Nacional, que fica no Rio de Janeiro
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Cultura de rua
Para dar um toque pessoal, João procura trazer a cultura de rua para as suas obras, o que também funciona como um diferencial.
“Eu vivi muito isso na minha adolescência e eu sempre trago essa vivência nas minhas miniaturas, porque a rua está presente todos os dias no cotidiano. Trazer isso nas obras é uma forma de imergir o público a observar esse ‘invisível’ do dia a dia. O meu trabalho autoral sem o grafitti não teria uma parte de mim”, completa.
Um dos dioramas que o artista plástico de Rio Preto (SP) produziu
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*Colaborou sob supervisão de Ana Paula Yabiku
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