Equipes do RJ2 percorreram duas rodovias durante dois dias procurando pelos agentes federais. Agentes de nove estados estão atuando no Rio de Janeiro desde o dia 16 de outubro. Força Nacional fica no Rio até o domingo de Páscoa
Pouco antes do feriadão da Páscoa, pouco policiamento é visto em rodovias do Rio de Janeiro. Há cinco meses, a Força Nacional foi enviada para reforçar o patrulhamento nas estradas, mas equipes do RJ2 que percorreram vias não encontraram efetivos da corporação.
Durante dois dias, equipes do RJ2 percorreram as vias. Durante todo o trecho do Arco Metropolitano, nenhuma força policial foi encontrada.
Na saída para Belford Roxo, Duque de Caxias e Xerém, foi visto um carro da PM. Na Rodovia Dutra, nem a Força Nacional, tampouco a Polícia Rodoviária Federal foram achadas.
Na mesma via, entre Seropédica e o Trevo das Margaridas, uma viatura da Força Nacional estava no acesso à Belford Roxo, nesta quarta (27). Três policiais com fuzis faziam o patrulhamento.
O trabalho da Força Nacional vai até o próximo domingo (31). Cerca de 300 agentes estão no RJ para ajudar a reduzir a violência no estado há cinco meses.
Até o momento, 12 pessoas foram presas. Além disso, foram apreendidas duas motos, dois carros, um celular e uma arma falsa.
Procurado, o governo do Rio disse que quem responde pela Força Nacional é o Ministério da Justiça.
O Ministério da Justiça informou que a gestão e o planejamento das ações da Força Nacional ficam a cargo da PRF. Ainda segundo o ministério, as fortes chuvas na região também afetaram os pontos de atuação, e que são seis pontos de fiscalização: cinco na BR-040 e um na Via Dutra.
Por sua vez, a PRF disse que viaturas fazem patrulhamento em rondas e que não há base da Força Nacional no Arco Metropolitano.
Custo de R$ 10 milhões em 45 dias
A Força Nacional vem atuando na segurança pública do Rio de Janeiro desde o dia 16 de outubro. A operação autorizada pelo Ministério da Justiça no estado. Em novembro, já tinha custado mais de R$ 10 milhões aos cofres públicos.
O levantamento foi obtido com exclusividade pela Globonews em novembro de 2023.
Ao todo, 300 homens e mulheres de nove estados foram deslocados para o Rio de Janeiro com o objetivo de atuar nas rodovias que cortam o estado, sob a liderança da Polícia Rodoviária Federal, com o objetivo de impedir a entrada de armas e drogas.
Diante da crise na segurança pública fluminense, a operação do Ministério da Justiça foi autorizada após pedido de apoio do governador Cláudio Castro (PL), em meio à escalada da violência no estado.
Para o trabalho, o Governo Federal gastou mais de R$ 3,5 milhões só com os novos equipamentos: Carabinas, espingardas, fuzis, granadas, pistolas e muita munição. Já o pagamento de diárias dos agentes, custou aos cofres do Governo Federal mais de R$ 3,6 milhões.
Força Nacional gastou quase R$ 10 milhões e não fez apreensões de drogas ou armas, em um mês e meio no RJ
Reprodução TV Globo
7 caminhões revistados em 1 mês
Segundo a direção da Força Nacional, os agentes que atuam no Rio de Janeiro fizeram mais de 10 mil abordagens a veículos e pedestres no primeiro mês de trabalho. Contudo, apenas 7 caminhões foram parados e revistados nesse período.
Em mais de um mês, os agentes não apreenderam armas ou drogas durante a operação no estado. O levantamento, feito com base na Lei de Acesso à Informação (LAI), aponta duas prisões e um menor apreendido por tentativa de assalto.
Força Nacional no Rio de Janeiro
Reprodução TV Globo
Ao longo desse mês, outras duas pessoas foram presas por lesão corporal e falta de pagamento de pensão alimentícia.
Agentes roubados
Se não bastasse a falta de ocorrências com resultados positivos, dois agentes da Força Nacional acabaram envolvidos em uma situação, no mínimo, constrangedora para a corporação.
Agentes da Força Nacional foram assaltados no Rio
Agentes da Força Nacional entraram por engano e tiveram suas armas roubadas no Complexo do Chapadão, em Guadalupe, na Zona Norte do Rio. As armas foram recuperadas por PMs do 41ºBPM (Irajá), mas a situação jogou luz sobre a atuação de policiais que não conhecem bem as particularidades do crime no Rio.
Os dois agentes roubados pertencem à polícia de Alagoas e do Acre e estão cedidos à Força. Eles estavam em uma viatura descaracterizada e, ao seguirem orientações de um aplicativo de navegação, entraram na Rua Fernando Lobo quando foram abordados por traficantes.
Os policiais se identificaram, e os bandidos os liberaram após roubarem duas pistolas calibre 9mm.
Segundo o relato dos agentes, eles estavam abastecendo a viatura em um posto de gasolina na Via Dutra. Ao deixarem o posto, eles tentaram retornar para sua base de serviço, no Campo dos Afonsos, na Zona Oeste, mas o aplicativo traçou uma rota que passava pela entrada da comunidade.