No Dia Mundial da Fotografia, Guilherme Albuquerque Bellini mostra como são feitos os registros do céu noturno de Bauru (SP), utilizados no estudo e captação de dados para a astronomia. Registro da Via-Láctea feito por câmera sem telescópio em Bauru (SP).
Guilherme Albuquerque Bellini
Nesta segunda-feira (18), é comemorado o Dia Mundial da Fotografia. Além dos casamentos, festas infantis e formaturas, existe um segmento da área especializado em desvendar o céu noturno e fotografar galáxias distantes: a astrofotografia.
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De acordo com Guilherme Albuquerque Bellini, estudante de física da Unesp de Bauru (SP) e membro da equipe do Observatório Didático de Astronomia da Faculdade de Ciências, a astrofotografia é uma das principais fontes de dados de pesquisa para a astronomia.
“Com ela, podemos enxergar partes do cosmos que são simplesmente invisíveis a olho nu, e que, sem a astrofotografia, nunca conseguiríamos visualizar. Ela nos deixa mais íntimos do universo, nos dando a oportunidade de estudarmos com muito mais qualidade.”
Guilherme faz registros por conta própria desde os 14 anos e, atualmente, conta com o auxílio e acompanhamento do professor Rodolfo Langhi para fotografar estrelas, nébulas e corpos celestes do céu de Bauru.
Nebulosa Trífida capturada no Observatório da Unesp de Bauru (SP).
Guilherme Albuquerque Bellini
Para realizar os registros, Guilherme destaca que é preciso seguir alguns processos: Escolha dos equipamentos, captura e processamento. De início, é necessário analisar o objeto que será fotografado a fim de escolher o equipamento que mais se adeque à situação.
Os equipamentos utilizados na astrofotografia são:
Telescópio: necessário na ampliação da imagem do astro para que o objeto chegue até a câmera com uma boa definição;
Câmera fotográfica: para a astrofotografia, é essencial uma câmera com um sensor (dispositivo dentro da máquina fotográfica que converte a luz recebida em imagem) sensível e capaz de fazer fotos de longa exposição;
Tripé: nesse caso, a montagem do tripé é motorizada, utilizando um mecanismo que acompanha o movimento aparente do astro no céu para a precisão na hora da captura.
Durante a captura, são realizados vários registros, chamadas também de frames, do mesmo objeto para diminuir o ruído – granulação – e tentar obter a melhor qualidade possível da fotografia. Por fim, o processamento é a parte de análise dos dados capturados pela câmera.
“Atualmente, para os registros, utilizamos um telescópio de 20,3 cm de abertura, e usamos uma câmera DSLR, Canon T6” , especifica Guilherme.
Equipamento utilizado na astrofotografia por estudantes da Unesp de Bauru (SP).
Arquivo pessoal
No entanto, o estudante destaca que o mais importante para a astrofotografia é a técnica utilizada para os registros. É necessário um estudo da fotografia aliado à astronomia, pois essas especificidades impactam o resultado final do registro.
“A longa exposição do sensor, para fazer frames com muitos segundos de exposição, ou o enquadramento correto do objeto em questão, o horário escolhido para fotografar… Cada detalhe importa e contribui para o registro.”
Além desses detalhes, o Guilherme também ressalta que, no caso dos telescópios, quanto maior sua abertura, melhor a imagem fica. No caso da câmera, quanto melhor for o sensor, mais nítido ficará o resultado final. Para as fotografias que também mostram a paisagem e o céu em um ângulo mais aberto, um tripé estável e uma câmera comum fazem um ótimo trabalho.
Fotografia da Lua feita através da astrofotografia.
Guilherme Albuquerque Bellini
*Colaborou sob a supervisão de Matheus Arruda
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