26 de dezembro de 2024

Ataque a tiros em evento do governo deixa pelo menos dois mortos no Haiti

Entre os mortos estão um jornalista e um policial, segundo testemunhas. Há relatos de feridos no ataque. Pelo menos duas pessoas foram mortas e outras ficaram feridas nesta terça-feira (24) em Porto Príncipe, no Haiti, após homens armados atirarem contra o público durante um evento de reabertura do maior hospital público do país.
Segundo testemunhas à Reuters, entre os mortos estão um jornalista e um policial. Diversos jornalistas estavam presentes no evento quando o grupo abriu fogo. Veículos locais apontam que o número de mortos pode ser maior.
De acordo com a AP, citando a rádio local Télé Métronome, sete jornalistas e dois policiais ficaram feridos no ataque.
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O conselho presidencial de transição afirmou em uma publicação no Facebook que o ato não ficará sem consequências.
“Expressamos nossa solidariedade a todas as famílias das vítimas, em particular à Polícia Nacional do Haiti e a todas as associações de jornalistas”, disse o conselho.
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Os jornalistas foram convidados a comparecer ao hospital para a coletiva de imprensa, que ocorreria na área central da capital, Porto Príncipe, com o novo ministro da saúde do Haiti. Eles ainda aguardavam o ministro quando os disparos começaram, por volta das 11h (horário local).
O ministro da Saúde, Duckenson Lorthe Blema, foi nomeado no final de novembro, durante uma reformulação no gabinete, após o ex-primeiro-ministro Garry Conille ter sido destituído após apenas seis meses no cargo.
O Hospital da Universidade Estadual do Haiti, conhecido localmente como Hospital Geral, é o maior hospital público do país, mas estava fechado desde março devido a um aumento de ataques de gangues que resultou na destituição do ex-primeiro-ministro Ariel Henry.
Em julho, as autoridades comemoraram a retomada do controle do hospital com uma coletiva de imprensa no local, mas Conille foi forçado a fugir junto com oficiais de segurança e jornalistas por conta de um tiroteio no local.
O hospital está localizado no centro de Porto Príncipe, a poucos metros da praça central Champ de Mars, uma área que tem sido palco frequente de tiroteios e confrontos entre a polícia e uma aliança de gangues conhecida como Viv Ansanm.
Estima-se que as gangues controlem entre 80% e 90% da capital, enquanto países vizinhos têm sido lentos em cumprir as promessas de apoio à segurança para a nação caribenha.
Uma missão internacional aprovada em 2023 viu, até agora, apenas uma fração das tropas sendo enviadas, enquanto os pedidos do Haiti para fortalecer seus recursos convertendo a missão em uma força de manutenção da paz enfrentaram oposição no Conselho de Segurança da ONU.
Um porta-voz da missão, liderada pelo Quênia, disse à Reuters, após o início dos disparos, que seus membros não haviam sido convidados para a coletiva de imprensa e que reforços foram enviados.
Apenas 24% das instalações de saúde na área metropolitana de Porto Príncipe estão atualmente em funcionamento, de acordo com um relatório recente da ONU.

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