21 de setembro de 2024

Ataques em Gaza: para historiador brasileiro em Israel, Netanyahu perde para si mesmo

Ataque aéreo de Israel na Faixa de Gaza matou sete funcionários da ONG World Central Kitchen (WCK) no início da semana. Principal adversário de Netanyahu pediu a realização de eleições legislativas antecipadas em setembro. Às vésperas de a guerra na Faixa de Gaza completar seis meses e em meio a uma série de protestos em Israel, é a figura do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu que provoca a sua própria derrota, na avaliação de João Koatz Miragaya, mestre em história pela Universidade de Tel Aviv e colaborador do Instituto Brasil-Israel.
“O que o que provoca a derrota do Netanyahu nesse momento basicamente é a figura do Netanyahu”, diz ele em entrevista ao podcast O Assunto desta quinta-feira (4).
Netanyahu em 18 de fevereiro de 2024
REUTERS/Ronen Zvulun/File Photo
“O que a gente deve ver é, caso haja eleições nos próximos meses, seria um governo chefiado pelo Benny Gantz que tentaria, de alguma maneira, construir um governo de união nacional com participação de membros da esquerda, da direita republicana, da direita não radical e do centro, obviamente inclusive tentando atrair a participação dos partidos do ultra ortodoxos.”
Gantz é membro do gabinete de guerra e principal adversário de Netanyahu. Nesta quarta-feira (3), ele pediu a realização de eleições legislativas antecipadas em setembro.
A organização de eleições antecipadas precisa do acordo de 61 deputados, a maioria da Knesset, onde o Likud, partido de Netanyahu, tem a maior parte dos assentos sem, no entanto, deter a maioria.
No início da semana, um ataque aéreo de Israel na Faixa de Gaza matou sete funcionários da ONG World Central Kitchen (WCK). A organização, criada nos Estados Unidos pelo chef espanhol José Andrés, havia levado uma carga de alimentos por navio ao território palestino horas antes do bombardeio.
No dia seguinte ao ataque, Netanyahu reconheceu que o ataque partiu do Exército israelense e disse que isso “acontece em guerras”. O caso gerou repercussão até mesmo entre líderes e autoridades mundiais.
Ouça a íntegra do episódio aqui.
Os protestos em Israel contra Netanyahu

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