11 de janeiro de 2025

Ativista é acusado de oferecer sexo oral a adolescente em banheiro de shopping no litoral de SP

Caso registrado como tentativa de estupro de vulnerável aconteceu em Santos (SP). Adolescente acusou homem de ter perguntado se poderia fazer um boq***. Homem foi detido por seguranças dentro de shopping de Santos (SP) após denúncia de menino
Arquivo pessoal
Um garoto, de 13 anos, afirma ter sido assediado sexualmente por um conselheiro da causa LGBT+ no banheiro de um shopping de Santos(SP). O homem, investigado por estupro de vulnerável, perguntou se poderia fazer um ‘bo***’ [sexo oral]. Ao g1, ele disse ter feito uma ‘piada idiota’.
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O Conselho Municipal de Políticas LGBT+ (ConLGBT) informou que o conselheiro se desligou do movimento e pediu para que o “suposto comportamento criminoso” não seja relacionado “com a orientação sexual do seu eventual autor e, muito menos, com toda comunidade LGBTQIA+” (veja mais abaixo).
O caso
A mãe da vítima, Talita Santos, de 31 anos, contou à equipe de reportagem querer justiça para o filho. Segundo ela, a abordagem aconteceu no banheiro do espaço comercial no bairro Gonzaga.
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“Ele [adolescente] já falou que não vai entrar mais no banheiro sozinho. Eu não sei como vai ficar o psicológico dele”, desabafou a autônoma, que registrou um boletim de ocorrência após o ocorrido na quinta-feira (6).
De acordo com Talita, o filho relatou ter entrado na cabine do banheiro e que a porta bateu com força. O próprio adolescente reagiu dizendo: ‘eita’, momento em que o homem, de 24 anos, repetiu a palavra.
O agora ex-conselheiro da causa LGBT+ estava na cabine ao lado e, depois da primeira interação, fez a pergunta de cunho sexual ao adolescente.
Talita, que aguardava o filho do lado de fora, disse que o adolescente deixou o banheiro correndo na direção dela. A mãe contou ao g1 que o menino parecia assustado e, ao perguntar o motivo, foi informada sobre o assédio.
A mãe contou ter ficado indignada com a situação e pedido ajuda de funcionários do shopping, que deram apoio e aguardaram o homem sair do banheiro.
Abordagem após o assédio
Segundo Talita, o homem demorou para deixar o banheiro, mas ao deixar o local disse: “Não, não falei nada, não. Quantos anos teu filho tem?”. A mãe contou que, enquanto a polícia era acionada, o homem demonstrava o que ela chamou de “poder de persuasão”.
Com a chegada dos policiais, os envolvidos foram encaminhados para o 7º Distrito Policial (DP), onde o menino foi ouvido e a mãe registrou um boletim de ocorrência.
Revoltada com a situação, a autônoma gravou o rosto do homem e conversou com funcionários de lojas no shopping, que disseram que ele já é conhecido por assediar pessoas dentro do banheiro.
A indignação de Talita é ainda maior devido ao fato do homem ser um militante e ativista político. “Ele ouviu a voz do meu filho. E meu filho tem voz de criança, não tem nem voz de adulto […] Eu estou aliviada de saber que não foi mentira o que meu filho relatou”, afirmou.
Caso é investigado
Homem foi escoltado por seguranças dentro de shopping em Santos (SP)
Arquivo pessoal
Segundo a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP-SP), o caso foi registrado como tentativa de estupro de vulnerável. “O caso foi registrado na Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Santos. Detalhes serão preservados por envolver menor de idade e por se tratar de crime sexual”, informou.
O que diz o suspeito?
Ao g1, o homem acusado de assédio contra o adolescente disse que compreende a angústia da mãe pelo medo da impunidade, vontade de fazer justiça e defender o filho dela. Apesar disso, negou que teve a intenção de causar constrangimentos a alguém.
“Eu fiz uma piada idiota, dentro da minha cabine e sem ver o rapaz [como foi confirmado pela própria mãe]. Não faz nem sentido eu oferecer ou pedir o que quer que seja para alguém que eu nem vi”, afirmou.
O que diz o ConLGBT?
Nota do ConLGBT
Reprodução/Instagram
Em nota divulgada no Instagram, o Conselho Municipal de Políticas LGBT+ de Santos (ConLGBT) disse que repudia veementemente qualquer forma de comportamento ilícito ou desrespeitoso, seja LGBTQIA+ ou não. O homem solicitou o afastamento do movimento, o que logo foi aprovado.
De acordo com o ConLGBT, há um compromisso em ajudar as autoridades no que for preciso para que se realize uma investigação minuciosa e imparcial. Além disso, o movimento ressaltou a importância de garantir o processo legal, o direito à ampla defesa e ao contraditório para apuração.
“Por fim, é necessário apontar que é descabido relacionar o suposto comportamento criminoso com a orientação sexual do seu eventual autor e, muito menos, com toda comunidade LGBTQIA+”, afirmou.
VÍDEOS: g1 em 1 Minuto Santos

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