18 de janeiro de 2025

Atlas da Violência: Piauí teve o maior aumento de homicídios do país em uma década; crescimento de quase 50%

Levantamento do Ipea e do Fórum Brasileiro de Segurança Pública traz levantamento de dados de homicídios e vários outros crimes, como estupro. Estado também foi um dos dois únicos do país a registrar aumento entre 2017 e 2022. PM atende local de crime de homicídio na Zona Leste, região de Teresina com maior aumento de mortes
Lívia Ferreira/g1
O estado do Piauí teve o maior aumento da década na taxa de homicídios por 100 mil habitantes. Os dados são referentes ao período entre 2012 e 2022. A análise foi produzida em levantamento do Ipea e do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, por meio do Atlas da Violência, divulgado nesta terça-feira (18).
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O aumento diz respeito à taxa de mortes por 100 mil habitantes. Enquanto em 2012 esse índice era de 16 mortes, em 2022 a taxa subiu para 24 registros a cada 100 mil habitantes. Vale destacar que o aumento não foi registrado de forma semelhante em outros estados.
O Piauí teve um aumento de 47,9%. Em segundo lugar ficou o Amapá, com crescimento de 15,4% e em terceiro aparece Roraima, que registrou 14,5% de crescimento no índice de mortes. No outro extremo, o Distrito Federal reduziu a mortalidade violenta em -67,4%, seguido por São Paulo (-55,3%) e Goiás (-47,7%).
Marcondes da Costa Brito, doutor em sociologia, pesquisador do tema e membro do Núcleo de Pesquisas sobre Crianças, Adolescentes e Jovens (NUPEC) da Universidade Federal do Piauí (UFPI), diz que o período de aumento coincide com a chegada ao estado das facções criminosas.
“Essa série histórica de crescimento diz respeito à ocupação do estado por grupos criminais, principalmente armados, que passam a disputar o tráfico de drogas, assaltos a bancos, criar normas nos territórios, e a ausência de um plano específico calcado em metas para resolver”.
Ele detalha a ação desses grupos que podem levar à variação nessas taxas de mortes, tanto para aumentar quando reduzir os índices, caso não haja planejamento por parte dos órgãos de segurança.
“De uma perspectiva bem lógica, essa violência é uma violência armada, o homicídio é o crime maior contra a vida, ocasionado especificamente por arma de fogo. O Atlas, o Monitor da Violência do g1, o Fórum [Brasileiro de Segurança Pública] estão apontando para isso. Se você não tem um plano para reduzir homicídios, quando isso acontece é por conta das ações de grupos criminosos que resolvem se pacificar, como ocorre em todos os estados do território, ou quando um grupo domina uma área”, explicou.
O pesquisador destaca ainda que reduções de crimes, com ações por parte do podre público, dependem de um planejamento bastante preciso, o que, segundo ele, não é percebido no estado do Piauí. O g1 procurou a Secretaria de Segurança, que informou que não vai se pronunciar sobre os dados.
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2017 a 2022
Considerando as variações entre 2017 e 2022, as maiores reduções ficaram por conta do Acre, que logrou diminuição de -57,0%, seguido do Rio Grande do Norte (-49,1%) e Ceará (-45,9%). Apenas duas UFs obtiveram aumento da violência nesse período, Piauí (25,5%) e Rondônia (2,8%).
Esta reportagem está em atualização.
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