Partida contra o Mackenzie chegou a ser interrompida. Atlética do Mackenzie publicou nota em que se desculpava e dizia não ter como identificar o aluno, mas a apagou e não se manifestou mais a respeito. Atleta da USP sofre homofobia durante Jogos Universitários, em SP
Um atleta da Universidade de São Paulo (USP) relatou ter sido vítima de homofobia durante os Jogos Universitários de Comunicação e Artes de São Paulo (Juca), no sábado (1°). Os alunos da USP disputavam a semifinal de vôlei masculino quando um aluno da torcida adversária, da Universidade Mackenzie, fez as ofensas. A partida chegou a ser interrompida.
Segundo nota da Atlética da USP, o atleta foi chamado de “viado” e, depois de o jogo ser interrompido, a torcida inteira do Mackenzie gritou “vai tomar no **”, pelo fato de o jogador ter se posicionado.
Os jogos aconteceram em Boituva, no interior de São Paulo, e durou quatro dias, entre 30 de maio e 2 de junho. O evento conta com jogos entre universidades e festas com shows.
Segundo nota pública de repúdio da Atlética de Vôlei da USP, no final da partida, o vice-presidente da Atlética do Mackenzie chegou a questionar a vítima sobre as ofensas.
“Você jura por Deus que ouviu a palavra ‘viado’?”, perguntou o vice-presidente do colegiado do Mackenzie para o atleta que sofreu as agressões.
À direita, aluno que sofreu homofobia deixa partida para comunicar o que acontecia
Reprodução / Redes sociais
Durante as partidas do Juca, é possível denunciar qualquer tipo de ação proibida, como homofobia e racismo, e isso pode resultar em retirada de pontos da atlética ou até mesmo expulsão da universidade dos jogos. Com a denúncia da USP sobre o ocorrido, foram retirados cinco pontos da classificação geral do Mackenzie no evento. A USP considerou a punição conivente com homofobia.
A Atlética de Comunicação do Mackenzie, a Tubamack, chegou a divulgar uma nota sobre o caso, mas a apagou. O comunicado dizia que o vice-presidente não escutou a palavra “viado” sendo proferida e, por isso, questionou o atleta da USP. Também falava que não sabiam identificar quem da torcida teria sido homofóbico.
Segundo a nota apagada, a que o g1 teve acesso por meio de print, eles se colocaram à disposição do time de vôlei masculino da USP, pediram desculpas e aceitaram a punição decidida em reunião. Também retificaram que a atlética repudia qualquer crime, especialmente aqueles motivados por preconceito.
O g1 entrou em contato com a Atlética do Mackenzie e com a Liga Atlética Acadêmica de Comunicação e Artes (Laaca), organizadora do evento, mas, até a última atualização desta reportagem, não recebeu resposta.