20 de setembro de 2024

Avós conseguem guarda provisória de bebê indígena abandonada pela mãe em matagal ainda com cordão umbilical

Após receber cuidados médicos, criança voltou para aldeia em Lagoa da Confusão. Funai fez pedido para família ficar com a criança. Equipe da Funai acompanhou criança até aldeia em Lagoa da Confusão
Luan Kawinah Karajá/Divulgação
Após ser abandonada pela própria mãe assim que veio ao mundo, uma bebê com menos de dois meses vai poder viver com os avós, que conseguiram na Justiça a guarda provisória da criança. A decisão é da 1ª Vara da Comarca de Cristalândia.
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O caso aconteceu na aldeia Santa Isabel do Morro, em Lagoa da Confusão, e a bebê ainda estava com o cordão umbilical quando foi abandonada em junho deste ano. O retorno à família após decisão judicial foi divulgado pelo Tribunal de Justiça do Tocantins (TJTO) nesta terça-feira (30).
Mesmo com um início de vida conturbado, criança foi encontrada por uma agente de saúde indígena em uma matagal da região. A profissional cuidou da menina e a situação foi levada à Fundação Nacional do Índio (Funai) e autoridades.
De acordo com o TJTO, a princípio, a mãe havia fugido e parentes não foram encontrados. Por isso, a menina foi levada para um hospital de São Félix do Araguaia, no estado do Mato Grosso (MT).
Na unidade, a chefe da coordenação técnica local Funai Rafaella Coxini Karajá foi informada da situação da criança. Segundo ela, pessoas não indígenas queriam levar a criança embora, por isso a Polícia Militar e Conselho Tutelar precisaram ser chamados.
“A criança ficou internada para passar por exames para ver a condição dela e, logo em seguida, eles conseguiram localizar a mãe e levaram ela também para o hospital, e as duas ficaram internadas”, disse Rafaella.
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A mãe não queria contato com a criança e depois de receber alta médica, a menina foi para um abrigo onde permaneceu por 37 dias, informou o TJTO.
Os avós maternos foram encontrados e manifestaram interesse em cuidar da menina. Eles relataram às equipes da Funai, conforme o processo, que não sabiam da gravidez da filha e que já cuidam de outros filhos dela.
Bebê recebeu cuidados antes de voltar para aldeia
Divulgação/TJTO
Representando os avós, a Funai entrou com um pedido na Justiça de guarda provisória da bebê. Isso porque, segundo a servidora, pela situação de vulnerabilidade, há a possibilidade de a mãe ter desenvolvido depressão pós-parto e voltar a ter interesse em cuidar da criança posteriormente.
O juiz Wellington Magalhães, da 1ª Vara da Comarca de Cristalândia, concedeu a guarda provisória aos avós e no dia 22 de julho equipes da Funai acompanharam a bebê até a aldeia Santa Isabel do Morro. Toda a comunidade se reuniu para receber a criança.
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