9 de outubro de 2024

Azul atinge acordo com credores e ações disparam mais de 15% na bolsa de valores

Acordo envolve a troca de cerca de R$ 3 bilhões em obrigações de dívida por emissão de novas ações da empresa. Companhia aérea Azul
Azul/Divulgação
A companhia aérea Azul anunciou na noite de segunda-feira (7) que atingiu acordo com arrendadores de aeronaves e fabricantes de equipamentos. O acordo envolve troca de cerca de R$ 3 bilhões em obrigações de dívida por emissão de novas ações da empresa.
Com o anúncio, os papéis da companhia disparavam mais de 15% na bolsa de valores brasileira nesta terça-feira (8).
O acordo envolveu 92% “das obrigações de emissão de ação existentes”, que serão trocadas pela emissão única de até 100 milhões de novas ações preferenciais da companhia.
A ação da Azul encerrou na segunda-feira cotada a R$ 5,75, o que implica que a emissão das ações sob o acordo, se fosse realizada na véspera, representaria um valor de R$ 575 milhões.
O novo acerto com os credores, se concluído, vai substituir um acordo acertado pela Azul no ano passado que previa que os R$ 3 bilhões seriam pagos trimestralmente por meio da emissão de ações ao preço de R$ 36 por papel a partir do terceiro trimestre deste ano até o final de 2027. Na época desse acordo, a ação da Azul valia cerca de R$ 15.
“Esses acordos representam uma parte significativa de um plano abrangente projetado para fortalecer a geração de caixa da Azul e melhorar sua estrutura de capital no futuro”, afirmou a empresa no fato relevante.
A companhia aérea afirmou ainda que continua em negociações com os detentores dos 8% restantes das obrigações de emissão de ações.
Analistas do JPMorgan afirmaram que a emissão das 100 milhões de ações representa uma diluição de cerca de 23% aos acionistas da empresa, com base na cotação de segunda-feira.
“O anúncio veio quase em linha com as expectativas sobre uma potencial diluição de 20% a 25%”, afirmou Guilherme Mendes, analista do JPMorgan em relatório. “Damos boas-vindas ao anúncio, pois ele remove as pressões de curto prazo sobre um potencial pedido de recuperação judicial da empresa”, acrescentou Mendes, citando que o JPMorgan segue com recomendação “neutra” para a ação da Azul.

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