12 de outubro de 2024

Bahia não elegeu nenhum prefeito autodeclarado indígena ou gay; mulheres venceram em 14% das cidades

Números disponibilizados pelo TSE indicam ainda que dois candidatos quilombolas foram eleitos no estado. Tribunal Regional Eleitoral da Bahia (TRE-BA)
Reprodução/CMS
Dos 414 prefeitos eleitos no primeiro turno das eleições na Bahia, nenhum se autodeclara indígena. A informação foi disponibilizada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por meio do cruzamento de perfil dos candidatos.
O g1 consultou o sistema nesta sexta-feira (11) e verificou que 54,6% dos eleitos (228 candidatos) se autodeclaram pardos. Outros 38,8% (162 candidatos) se autodeclaram brancos, enquanto 5,5% (23 candidatos) se apresentam como pretos. Nesse último grupo, dois candidatos eleitos afirmam que são de origem quilombola.
Os números contrastam com a composição de raça do estado, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O Censo 2022 mostrou que 22,4% da população baiana se identifica como preta. A maioria se declarava parda, caso de 57,3% dos cidadãos.
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Orientação sexual em pauta
Ao compor o perfil dos candidatos, a Justiça Eleitoral também questionou a orientação sexual deles. Entre os eleitos, 225 optaram por não informar a própria orientação.
Outros 189, o equivalente 45,3% do total, se apresentam como heterossexuais. Apenas dois candidatos se assumiram gays e nenhum deles foi eleito.
Mulheres ainda são minoria
Embora as mulheres representem 52% do eleitorado baiano, conforme dados divulgados pelo Tribunal Regional Eleitoral da Bahia (TRE-BA), elas seguem como minoria na política institucional. Dos 414 prefeitos já eleitos, apenas 59 ou 14,1% são do gênero feminino. Os outros 355 (85,1%) são do sexo masculino.
Eleições na Bahia
Três cidades baianas ainda não tiveram o resultado da eleição definido: Vitória da Conquista, Ruy Barbosa e Camaçari. Essa última terá segundo turno pela primeira vez.
Caetano, do PT, e Flávio, do União Brasil disputam prefeitura de Camaçari
Redes sociais
O pleito será disputado entre o ex-prefeito Caetano (PT), que obteve 49,52% dos votos, e pelo vereador Flávio (União), que conquistou 49,17% dos votos. A Rede Bahia vai promover um debate entre eles no dia 25 de outubro, às vésperas da eleição.
Já em Vitória da Conquista e Ruy Barbosa, os candidatos mais votados estão com as candidaturas sub judice, por isso não podem ainda ser considerados eleitos.
No município do sudoeste baiano, a atual prefeita Sheila Lemos recorre ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) contra a tese de que sua vitória representaria uma terceira eleição consecutiva da família. Isso porque a mãe de Sheila, Irma Lemos, foi vice-prefeita de Herzem Gusmão na gestão 2017-2020 e assumiu a prefeitura interinamente enquanto ele esteve internado com Covid-19.
Sheila Lemos em dia de votação em Vitória da Conquista
Vinícius Lacerda
À época, Sheila foi eleita como vice de Herzem para o segundo mandato dele, de 2021 a 2024, mas assumiu a gestão de modo definitivo com a morte do político.
Quanto à situação na cidade da Chapada Diamantina, o mais votado foi o ex-prefeito Bonifácio (MDB). Ele ainda terá seu recurso julgado pelo TRE-BA.
Bonifácio (MDB) venceu nas urnas na cidade de Ruy Barbosa, mas não pode ser considerado eleito
Reprodução/Redes Sociais
A candidatura do político foi indeferida em primeira instância porque ele teve contas referentes a uma gestão anterior rejeitadas pela Câmara Municipal de Ruy Barbosa.
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