Bairro foi um dos cinco afetados pela mineração da Braskem. Nos outros, houve redução significativa da população. No total, 8.482 imóveis já foram demolidos pela Defesa Civil. ANTES x DEPOIS: primeira imagem mostra bairro do Mutange antes do afundamento, enquanto a segunda é após a demolição dos imóveis
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Novos dados do Censo 2022 divulgados nesta quinta-feira (14) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indicam que Maceió tem 49 bairros, um a menos que o levantamento feito no Censo 2010. O Mutange não aparece na contagem. O bairro é um dos cinco afetados pela mineração que causou o afundamento do solo.
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Em 2010, a população do Mutange era de 2.632 moradores. Em 2022 não houve registro no IBGE . A contagem mostra ainda que houve uma redução de 30.131 quando somados os bairros do Pinheiro, Bebedouro e Bom Parto, além do Mutange. Isso é mais que a população de uma cidade inteira do interior do estado, como São José da Laje (20.813), por exemplo.
População dos bairros afetados pela mineração em Maceió
O único bairro que apresentou aumento na população foi o bairro do Farol. Segundo a contagem, o bairro de Bebedouro passa a ser o menos populoso da capital. O Censo mostra que a população total em Maceió é de 957.916 pessoas.
Bairros foram evacuados por causa da exploração de sal-gema
Segundo a Defesa Civil, 8.482 imóveis foram demolidos em Maceió nas regiões afetadas pelo afundamento do solo. Cerca de 60 mil pessoas tiveram que evacuar suas casas. As primeiras rachaduras apareceram em 2018. Após uma longa investigação, o Serviço Geológico confirmou relação das ações da Braskem com as rachaduras nos bairros afetados.
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Um Programa de Compensação Financeira foi criado ainda no final de 2019 pela Braskem para indenizar os proprietários dos imóveis que tiveram que ser desocupados. Os moradores da região que discordavam dos valores oferecidos movem ação na Justiça contra a mineradora.
Ao longo do ano de 2023, moradores do Bom Parto que ainda vivem na borda da área de risco realizaram diversos protestos cobrando inclusão no Programa de Compensação Financeira da Braskem, mas a Defesa Civil Municipal afirmava que não havia risco para essas moradias.
Contudo, após 5 tremores de terra somente no mês de novembro, a Defesa Civil de Maceió alertou para o “risco de colapso em uma das minas” próximo da lagoa Mundaú e os moradores do Bom Parto foram obrigados a sair de casa às pressas sob ordem da Justiça Federal, que autorizou até uso da força policial caso as pessoas resistam a deixar o local.
O rompimento de parte da mina 18 da Braskem aconteceu no dia 10 de dezembro. Segundo a Defesa Civil, a cavidade foi preenchida com rocha e água da lagoa, levando à estabilização da área.
Com a desocupação de bairros de Maceió afetados pelo afundamento do solo e rachaduras, moradores levaram portas, janelas e até telhados de suas residências
Jonathan Lins/G1
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