12 de fevereiro de 2025

Barroso concede mais 30 dias de prazo para gestão Tarcísio apresentar estudos sobre novas câmeras nas fardas dos PMs em SP


Prazo extra tinha sido solicitado pela Secretaria de Segurança Pública (SSP) para fazer mais testes com as câmeras adquiridas da Motorola. O presidente do STF, ministro Luis Roberto Barroso, e as câmeras usadas nos uniformes dos policiais militares de SP.
Montagem/g1/Divulgação/STF/GESP
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, concedeu um prazo extra de 30 dias para que o governo de São Paulo apresente mais informações e estudos sobre as novas câmeras corporais incorporadas às fardas dos policiais militares.
O novo prazo tinha sido solicitado pela Secretaria de Segurança Pública (SSP) da gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos) para fazer mais testes com as câmeras adquiridas da Motorola.
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Diante das justificativas apresentadas, defiro o prazo adicional de 30 (trinta) dias corridos, requerido pelo Estado de São Paulo, para apresentação: (i) da definição da ordem de alocação prioritária das câmeras corporais a partir de uma análise de risco de letalidade policial; e (ii) dos indicadores de monitoramento e avaliação da efetividade da política pública de uso de câmeras corporais.
Em dezembro, Barroso já havia estabelecido regras para uso obrigatório das câmeras. A decisão do próprio Barroso surgiu na esteira de uma série de episódios recentes de violência policial.
De acordo com o presidente do STF, os PMs paulistas deverão usar as câmeras:
em operações de “grande envergadura” para restauração da ordem pública;
operações que incluam entradas em comunidades vulneráveis;
em operações que sejam deflagradas para responder a ataques praticados contra policiais militares.
O ministro tomou a decisão em resposta a um pedido do estado de São Paulo, que queria uma definição clara de quando o acionamento das câmeras era obrigatório.
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O STF já havia estipulado a obrigatoriedade. O estado, em seguida, solicitou um detalhamento.
Na decisão, Barroso ponderou o fato de que não há câmeras disponíveis em todo o estado. Por isso, ele determinou que os equipamentos deveriam ser estrategicamente distribuídos para regiões com maior índice de letalidade policial. Ele estabeleceu também que fossem contemplados os policiamentos ostensivo e preventivo, quando possível.
Em resposta, o governo paulista havia dito para o STF que não tem câmeras suficientes.
O estado possui cerca de 80 mil PMs (em todos os turnos), mas somente 10.125 equipamentos de gravação — sendo que apenas metade deles é utilizada por vez, enquanto a outra parcela passa por recargas de bateria e atualizações.
O governo prevê que todas as atuais 10.125 câmeras sejam substituídas por um novo modelo, da Motorola, que não grava ininterruptamente, além de ter anunciado a compra de mais 2 mil câmeras, totalizando 12 mil.
O início da operação do primeiro lote das novas câmeras estava previsto para 17 de dezembro.
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Reprodução/GloboNews
Câmeras de gravação ininterrupta
Barroso determinou ainda que sejam usadas câmeras de gravação ininterrupta. O governo Tarcísio de Freitas, no entanto, fez uma compra de câmeras que interrompem a gravação de tempos em tempos, o que o STF não quer.
O tribunal determina a “manutenção do modelo de câmeras de gravação ininterrupta até que seja comprovada, com base em evidências, a viabilidade técnica e a efetividade operacional dos métodos de acionamento das novas câmera”.

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