Presidente do STF externou preocupação com meio ambiente ao lembrar que Trump retirou EUA do Acordo de Paris. Mas disse que cenário pode gerar novas lideranças climáticas. O presidente do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso, durante evento em Brasília
Evandro Macedo/LIDE
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, afirmou nesta quarta-feira (13) que a eleição de Donald Trump para a presidência dos Estados Unidos pode gerar um “impacto negativo” na articulação global, em especial, nas questões ambientais.
O ministro deu a declaração durante participação no Fórum Brasil, organizado pelo Grupo Lide. O tema do evento realizado em Brasília foi: “Desafios para um Brasil melhor e mais sustentável”.
Questionado sobre o resultado da eleição norte-americana e as consequências para o Brasil, Barroso disse que as relações entre países são baseadas em interesses e, portanto, devem ser pragmáticas.
“Do ponto de vista ideológico e da articulação global, vai haver um impacto que pode ser negativo. Todo mundo sabe a posição do presidente eleito dos EUA, já saiu uma vez do acordo de Paris. Eu acho lamentável”, afirmou o presidente do STF.
O Acordo de Paris é um tratado assinado por vários países, em 2015, que tem como objetivo manter o aquecimento global do planeta abaixo de 2ºC até o final do século. Um dos principais meios para atingir a meta é a redução de emissões dos gases que causam o efeito estufa.
Trump retirou os Estados Unidos do Acordo de Paris em 2020, mas o país voltou a cumprir com o tratado no ano seguinte, quando Joe Biden assumiu a Presidência. O Republicano já prepara uma nova retirada do país norte-americano do acordo.
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Para o presidente do STF, no entanto, embora exista a possibilidade de um prejuízo à articulação global nas questões climáticas, o novo cenário também pode favorecer o surgimento de novas lideranças climáticas. Ele citou a China como exemplo.
“Eu não sei como essas placas tectônicas vão se ajustar, mas há uma demanda no mundo humanista por um enfrentamento à mudança climática, que, se ela não for enfrentada com a liderança dos EUA, vão aparecer outras lideranças, e quem sabe não possa ser uma oportunidade”, concluiu.