A política brasileira ganhou uma nova dimensão nos últimos dias que pode ser descrita como a batalha dos bonés.
O acessório se tornou um meio de passar recados políticos, marcar território e reafirmar identidades dentro do cenário nacional.
Tudo começou em janeiro, logo após a posse do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, quando o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), apareceu com um boné vermelho estampado com a icônica frase “Make America Great Again” — símbolo das campanhas do republicano.
O gesto foi interpretado como um aceno à ala bolsonarista e ao conservadorismo internacional, em especial ao trumpismo, movimento político que tem forte influência entre apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Diante do movimento de Tarcísio, o governo federal respondeu. Durante a eleição para a presidência do Senado, no último sábado (1º), ministros e aliados do governo Lula (PT) usaram um boné azul, com a frase “O Brasil é dos brasileiros”.
Ministro Alexandre Padilha explica uso do boné para alfinetar Tarcísio de Freitas
O acessório foi idealizado pelo ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, que contou ter recebido a sugestão de moradores da periferia da Zona Sul de São Paulo. A escolha da frase foi feita pelo novo ministro da Secom, Sidônio Palmeira.
“A ideia do boné quem me pediu foi um pessoal da periferia da zona Sul de São Paulo, do Parque Arariba. Aí tive a ideia de comprar esse boné para os ministros que viessem votar. Comprei os bonés e pedi para o Sidônio me dizer qual frase ele achava melhor”, explicou Padilha.
Mas a batalha dos bonés ganhou um novo capítulo nesta segunda-feira (3), dia de abertura do ano legislativo no Congresso. Para rebater o movimento governista, bolsonaristas entraram juntos no plenário da Câmara e do Senado usando um boné verde e amarelo, cores tradicionalmente associadas ao conservadorismo e ao bolsonarismo.