15 de janeiro de 2025

Batata, alface, transporte por aplicativo e gás: veja itens que elevaram inflação após enchente em Porto Alegre

Inflação foi de 0,87% em maio, a maior alta do país. Para especialista do IBGE, cheias influenciaram na elevação de boa parte dos itens analisados. Batatas em supermercado de Porto Alegre
Reprodução/RBS TV
Itens como batata, alface, transporte por aplicativo e gás ajudaram a puxar a inflação, que fechou em 0,87% no mês de maio em Porto Alegre. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as enchentes que deixaram 175 mortos no Rio Grande do Sul influenciaram no resultado, que foi o mais alto do Brasil no período.
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A inflação da capital do RS tem peso regional de 8,61% no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). O indicador subiu 0,46% em todo o país.
“A Região Metropolitana de Porto Alegre é a quarta área com maior peso dentro do IPCA. Então, Porto Alegre apresentando a maior variação do mês de maio, podemos dizer que teve influência sobre o resultado nacional”, diz André Almeida, gerente do Sistema Nacional de Índices de Preços do IBGE.
Inflação sobe 0,46% em maio, puxada pelos alimentos
A batata inglesa foi o item que mais subiu no mês de maio, quase 24%. Já a alface sofreu uma alta de quase 21%. Alguns desses produtos ficaram mais caros em outros pontos do país. No entanto, é possível verificar a influência da enchente sobre os preços praticados no RS.
“A batata foi um item que registrou alta de preço em todas as regiões pesquisadas. No mês de maio, a gente estava no final da safra das águas e no início da safra das secas, o que provocou uma redução da oferta no mercado. No caso do RS, diversos produtos alimentícios foram influenciados pela situação de calamidade. A gente teve altas tanto na batata quanto no tomate, na cebola, a alface, outras hortaliças. A banana, que registrou queda em outras áreas, teve alta de 12% em Porto Alegre”, explica Almeida.
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A enchente impactou produtores rurais. Em Santa Maria, na Região Central do RS, Oneide Weber conta que não sobrou nada das hortaliças plantadas na propriedade.
“Nem pra comer. (…) Não adianta, ela [a plantação] perde o círculo”, lamenta.
Itens não alimentícios
Segundo empresa, botijões que flutuaram estão vazios; barreiras de contenção foram instalaladas
Divulgação/Copa Energia
Entre os itens não alimentícios, o botijão de gás também ficou mais caro na Região Metropolitana, subindo 7%. Ao longo de maio, o setor registrou estoques abaixo da média, apesar de não ter ocorrido desabastecimento. Segundo o sindicato das revendedoras, a falta de pessoal nas distribuidoras e a dificuldade de transporte afetaram o mercado.
O transporte por aplicativo teve o maior impacto na inflação de Porto Alegre – pouco mais de 10%. No período, o transporte público foi reduzido e dezenas de ruas e avenidas da capital ficaram bloqueadas após as enchentes, só sendo liberadas no início de junho. Para André Almeida, do IBGE, o serviço foi diretamente afetado pelos efeitos da enchente.
“Nas áreas que possuem o transporte por aplicativo, Porto Alegre registrou a maior variação. Isso pode ser explicado tanto pela alta procura quanto pela redução de veículos e pela dificuldade de locomoção”, comenta.
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Reproduçção/RBS TV
Por outro lado, a redução de 86% no preço do pedágio pode ser explicada pela liberação das cancelas em diversas rodovias do estado durante o desastre.
As passagens aéreas também subiram, com uma alta superior a 9%. No entanto, esse índice ainda não reflete o período das cheias. Segundo o IBGE, os preços referentes ao mês de maio foram levantados em março, conforme a metodologia de pesquisa sobre esse item.
O principal aeroporto do estado, o Salgado Filho, em Porto Alegre, alagou e foi fechado em razão da enchente. A Base Aérea de Canoas e um shopping no município vizinho funcionam como terminal provisório.
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