1 de fevereiro de 2025

Bebê morre após esperar mais de 30 dias por cirurgia cardíaca, diz família


Samuel foi diagnosticado com malformação no coração na primeira semana de vida. Ele morreu três dias depois de ser transferido para o Hecad, com 47 dias. Bebê morre à espera de cirurgia cardíaca em Goiás
Um bebê morreu após esperar mais de 30 dias por uma cirurgia cardíaca em Goiânia, informou a família. Ao nascer, Samuel Belém Moura Nasceu foi diagnosticado com defeito do septo atrioventricular (DSAV), uma má-formação nas válvulas do coração. Ele morreu 47 dias depois, aguardando o procedimento.
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Samuel nasceu no dia 11 de dezembro de 2024, na Maternidade Maria da Cruz, em Aparecida de Goiânia. Miriam Bernardes Belém, mãe do bebê, disse que ele recebeu o diagnóstico da cardiopatia na primeira semana de vida. Samuel também tinha Síndrome de Down e problemas no fígado, informou a mãe, que é costureira.
“Não era só o coração, mas o fígado também. Ele estava com colestase [quando o fígado não produz líquido digestivo]. Eles solicitaram com extrema urgência, mas não saiu”, contou Miriam.
Em nota (leia texto completo abaixo), a Secretaria Estadual de Saúde (SES) lamentou a morte de Samuel e disse que recebeu o pedido de vaga para ele no dia 23 de janeiro. A vaga foi liberada prontamente e ele recebeu todo o atendimento necessário, declarou a SES. A pasta disse ainda que a realização da cirurgia depende da condição clínica de cada criança e que cabe aos médicos decidirem sobre os procedimentos.
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Samuel Belém Moura morreu à espera de uma cirurgia cardíaca, em Goiás.
Miriam Bernardes Belém/Arquivo pessoal
Miriam contou que Samuel foi direto para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) quando nasceu porque precisou receber oxigênio. Ele ficou no local até os 44 dias de vida, que foi quando foi transferido para o Hospital Estadual da Criança e do Adolescente (Hecad).
“Quando ele chegou lá, já estava tarde demais. Os médicos fizeram todo o possível”, contou a costureira. Samuel morreu três dias depois de ser transferido.
À TV Anhanguera, o secretário de Saúde de Goiás, Rasível Reis, disse que faltam profissionais especializados para ampliar o número de vagas de UTI pediátrica.
“A gente não consegue ampliar mais 10 leitos de terapia intensiva porque a gente não tem profissionais tão especializados para ampliar a capacidade dessa forma. Nem que a gente tivesse recursos financeiros em infinitos, a gente tem essa limitação do recurso humano para que a gente possa realmente cuidar dessas crianças extremamente frágeis. Mas nós somos sensíveis da causa”, declarou o secretário.
Samuel ao nascer e ao completar o primeiro mês de vida na UTI
Miriam Bernardes Belém/Arquivo pessoal
Nota da Secretaria Estadual de Saúde
A Secretaria de Estado da Saúde informa que recebeu no dia 23/01, no sistema de regulação estadual, o pedido de vaga especializada para Samuel Belém Moura, Cartao SUS nº 898006386337796, nascido em Aparecida de Goiânia. A vaga foi prontamente cedida no Hecad, em leito de UTI neonatal e o paciente foi transferido em 24/01, recebendo todo tratamento necessário.
Infelizmente, o paciente teve registro de óbito no dia 27/01. A SES lamenta a perda deste paciente, e reitera que no momento em que houve a solicitação de vaga, foram realizados todos os esforços para o atendimento em unidade hospitalar de maior complexidade.
O paciente apresentava múltiplo quadro de malformações congênitas e recebeu os cuidados intensivos no HECAD, onde a prioridade foi tratar as condições mais críticas e imediatas. Ressalte-se que as programações cirúrgicas nem sempre podem ser realizadas em determinada faixa etária, cabendo aos médicos as decisões sobre o processo assistencial e medidas necessárias durante a internação e tratamento dos pacientes, conforme condição clínica e evolução.
Comunicação Setorial SES
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