27 de setembro de 2024

Bezerro com duas cabeças: saiba o motivo da malformação considerada rara

Segundo veterinário, condição é considerada rara e acontece em um a cada 400 milhões de bezerros. Especialista ainda explica que consumo da carne da vaca que teve o bezerro com a malformação não causa problemas à saúde. Bezerro com duas cabeças nasce em abatedouro
O g1 mostrou que um bezerro com duas cabeças foi encontrado dentro de uma vaca que foi abatida em um frigorífico de Rianápolis, no centro goiano. Esse tipo de condição, segundo o médico veterinário especialista em grandes animais, Paulo Francisco Alves, é considerado raro e acontece em um em cada 400 milhões de bezerros (entenda abaixo como funciona a policefalia em bovinos).
“A sobrevivência de animais com policefalia é desafiadora, devido às complexidades associadas à alimentação, respiração e outras funções vitais”, explicou o veterinário.
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Com isso, segundo o veterinário, apenas 38% dos bovinos com policefalia conseguem sobreviver por mais de uma semana. No caso do bezerro encontrado em Rianápolis, quando ele foi encontrado e retirado, tanto o feto quanto a vaca já estavam mortos (entenda como funciona a retirada do feto abaixo).
Um vídeo mostra o bezerro pouco ele ser retirado de dentro da vaca que estava aproximadamente no sexto mês de gestação (assista acima), na sexta-feira (19).
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Atenção, imagens fortes!
g1
Bezerro com duas cabeças é encontrado dentro de vaca abatida
Divulgação/Antônio José
Policefalia em bovinos
O médico veterinário Paulo Francisco Alves detalhou que a policefalia em bovinos, que faz com que o animal seja formado com duas cabeças com crânios fundidos, é uma condição rara que pode ocorrer em mamíferos. Ele explicou que essa condição acontece por uma má formação embrionária onde ocorreria a formação de gêmeos univitelinos (idênticos) ou homozigóticos.
“Houve a formação de um único óvulo que foi fecundado por um espermatozóide. No entanto, no momento de divisão das células embrionárias para dar origem a esses gêmeos idênticos, essas células não se dividiram da maneira correta, resultando neste bezerro com duas cabeças acoplado em um único tronco sendo identificada como uma formação congênita”, detalhou o veterinário.
Ele ainda explicou que, além do fator genético, a policefalia em bovinos é uma condição que também pode ser influenciada por fatores externos, como a exposição da vaca a produtos químicos, drogas ou infecções ocorridas na gestação.
“A consanguinidade (que é o acasalamento entre animais geneticamente relacionados, como irmãos, pais e filhos) dentro de uma população também pode aumentar a probabilidade dessa condição”, completou o veterinário.
Abate
Ao g1, o inspetor Antônio José Gonçalves França, da Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa), que inspecionava o frigorífico de Rianápolis, contou que, na mesma semana, um outro bezerro foi encontrado na mesma condição em Goianésia (veja foto do segundo bezerro abaixo).
Ele explicou que, pela lei, não se abatem fêmeas em que a gestação esteja nos últimos três meses (que são o 7º, 8º e 9º mês). A vaca em Rianápolis, por exemplo, estava aproximadamente no sexto mês de gestação.
“Gestações anteriores a esse período não se diagnóstica com facilidade pois [o feto] está muito pequeno e, se considerar o grande número de animais abatidos, fica impossível”, explicou.
Ele ainda detalhou que a retirada do feto de dentro da vaca é uma das etapas do abate e da preparação das chamadas “meias carcaças” (um corte bovino) ao mercado consumidor. De acordo com o inspetor, os animais abatidos passam por uma inspeção antes de morrerem onde são aprovados ou não ao abate conforme sua documentação sanitária e a sua saúde nutricional e sanitária.
Bezerro com duas cabeças em Goianésia
Arquivo pessoal/Antônio França
Consumo da carne
Segundo o inspetor, o consumo da carne da vaca que teve o bezerro com duas cabeças não causa problemas à saúde, uma vez que se trata de uma anomalia que também “pode ocorrer naturalmente em gestação de gemelares não tendo envolvimento de substâncias cancerígenas ou tóxicas”.
“A inspeção também frisa que todos os estabelecimentos registrados e fiscalizados pela Agrodefesa, e para tanto possuem seu selo – SIE, tem garantia de inocuidade e segurança alimentar. Ou seja, em breves e reforçadas palavras: ‘Podem consumir sem medo”, pontuou.
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