4 de outubro de 2024

Biden diz não acreditar em guerra total no Oriente Médio e afirma: ‘Podemos evitar’

Presidente dos EUA concedeu entrevista na Casa Branca nesta quinta-feira (3). Ele explicou, no entanto, que ‘ainda há muito a fazer’ para evitar escalada maior no conflito. Joe Biden concedeu entrevista na Casa Branca
Kent Nishimura / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / Getty Images via AFP
O presidente dos Estados Unidos (EUA), Joe Biden afirmou nesta quinta-feira (3) que considera possível evitar uma guerra total no Oriente Médio, informou a Agência France-Presse (AFP). Ele concedeu entrevista na Casa Branca.
Em duas semanas de conflito entre Israel e Hezbollah, ataques israelenses em todo o território libanês provocaram 1,9 mil mortes. Somente nesta quinta, 37 pessoas foram mortas e 151 se feriram em ataques, de acordo com o Ministério da Saúde do Líbano.
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“Não acredito que haverá uma guerra total. Acho que podemos evitar isso”, disse Biden aos jornalistas na Casa Branca. Contudo, o presidente afirmou que “ainda há muito a fazer”.
Uma guerra total, ou guerra generalizada, é um conflito armado em que dois adversários, que declaram guerra um contra o outro, mobilizam todos os seus recursos militares e civis em prol de uma vitória completa sobre o outro, o que pode afetar amplamente a sociedade e a economia das partes envolvidas.
Esse tipo de guerra geralmente envolve múltiplos fronts e pode incluir o uso de forças terrestres, aéreas e navais, além de operações cibernéticas e de inteligência.
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Declaração de Biden eleva preço do petróleo
Os preços do petróleo dispararam nesta quinta devido a preocupações no mercado sobre possíveis ataques israelenses à infraestrutura petrolífera iraniana, de acordo com a AFP.
O barril Brent do Mar do Norte, negociado em Londres para entrega em dezembro, subiu 5,03%, a 77,62 dólares. Por sua vez, o WTI, referência no mercado americano com vencimento em novembro, avançou 5,15%, a 73,71 dólares. Os dois atingiram seu nível mais alto em um mês.
Já em alta na abertura, os preços subiram ainda mais após uma declaração do presidente Biden durante um breve diálogo com a imprensa.
Quando perguntado se concordava com ataques israelenses contra infraestruturas petrolíferas do Irã, Biden respondeu: “Estamos discutindo isso. Acho que seria um pouco… de qualquer forma…”, sem concluir a frase.
Antes de deixar a Casa Branca para uma viagem ao sul do país, ele também foi questionado sobre os planos de permitir que Israel retaliasse contra o Irã.
“Em primeiro lugar, não ‘autorizamos’ Israel a fazer nada, assessoramos Israel. E hoje não vai acontecer nada”, respondeu o presidente.
Entenda o conflito
Israel disse que está fazendo uma operação militar contra o grupo extremista Hezbollah. Embora tenha atuação política no Líbano, a organização possui um braço armado com forte influência no país. Além disso, o Hezbollah é apoiado pelo Irã e é aliado dos terroristas do Hamas.
Os extremistas têm bombardeado o norte de Israel desde outubro de 2023, em solidariedade aos terroristas do Hamas e às vítimas da guerra na Faixa de Gaza.
Nos últimos meses, Israel e Hezbollah viveram um aumento nas tensões. Um comandante do grupo extremista foi morto em um ataque israelense no Líbano, em julho. No mês seguinte, o grupo preparou uma resposta em larga escala contra Israel, que acabou sendo repelida.
Mais recentemente, líderes israelenses emitiram uma série de avisos sobre o aumento de operações contra o Hezbollah. O gatilho para uma virada no conflito veio após os seguintes pontos:
Nos dias 17 e 18 de setembro, centenas de pagers e walkie-talkies usados pelo Hezbollah explodiram em uma ação militar coordenada.
A imprensa norte-americana afirmou que os Estados Unidos foram avisados por Israel de que uma operação do tipo seria realizada. Entretanto, o governo israelense não assumiu a autoria.
Após as explosões, o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, disse que estava começando “uma nova fase na guerra”.
Enquanto isso, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu prometeu que levará de volta para casa os moradores do norte do país, na região de fronteira, que precisaram deixar a área por causa dos bombardeios do Hezbollah.
Segundo o governo, esse retorno de moradores ao norte do país só seria possível por meio de uma ação militar.
Em 23 de setembro, Israel bombardeou diversas áreas do Líbano. O dia foi o mais sangrento desde a guerra de 2006.
Em 27 de setembro, Israel matou o chefe do Hezbollah, Hassan Nasrallah, por meio de um bombardeio em Beirute.
Israel lançou uma operação terrestre no Líbano “limitada e precisa” contra alvos do Hezbollah, no dia 30 de setembro.
Em 1º de outubro, o Irã atacou Israel como resposta à morte de Nasrallah e outros aliados do governo iraniano.

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