26 de dezembro de 2024

Biden se encontra com doadores de campanha em meio à pressão pra que abandone disputa pela reeleição

Depois de um debate na quinta-feira (27) que a imprensa americana descreveu em coro como um desastre, mega doadores do país inteiro agora se perguntam o que fazer. Na Califórnia, um bilionário cancelou uma recepção que faria para arrecadar fundos para o presidente. Presidente dos EUA Joe Biden se encontra com doadores da campanha após debate
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, se encontrou com doadores de campanha em meio à pressão pra que ele abandone a disputa pela Casa Branca.
Joe Biden foi neste sábado (29) a um evento nos Hamptons, balneário onde os bilionários de Nova York passam o verão. A ideia é convencer os super-ricos de que ele tem fôlego para continuar a ser o candidato do Partido Democrata à Casa Branca.
Depois de um debate na quinta-feira (27) que a imprensa americana descreveu em coro como um desastre, mega doadores do país inteiro agora se perguntam o que fazer.
O presidente simplesmente não parecia lúcido. Aos 81 anos, a idade de Biden é a principal preocupação dos eleitores.
Na Califórnia, um bilionário cancelou uma recepção que faria para arrecadar fundos para o presidente. Em grupos de mensagens, eles discutiram até contactar Jill Biden, a primeira-dama, para uma intervenção. Integrantes do partido pensam em convencer o presidente a desistir da reeleição e apoiar um novo candidato.
Um dos nomes cotados é do governador da Califórnia, Gavin Newson, que tem pinta da galã e fala bem. Mas por ser de um estado liberal, poderia não se dar bem nos estados conservadores, que são decisivos.
Outro nome é da governadora Gretchen Withmer, do estado do Michigan, um desses estados- chave para decidir a eleição. Ela enfrentaria o desafio de não ser conhecida nacionalmente, mas já tem um grupo de campanha para divulgar seu nome pelo país todo.
A substituta mais natural seria a vice-presidente, Kamala Harris, que foi escolhida em 2020 por ser um nome forte e com energia para substituir Joe Biden. Quando a dupla foi eleita, já se falava que Biden seria um presidente de um mandato só. Ela foi a primeira mulher negra a ser eleita vice-presidente dos Estados Unidos.
O Jornal Nacional estava lá. Kamala fez uma defesa apaixonada da democracia:
“Vocês votaram e deram um recado claro: escolheram esperança, decência, ciência, e sim, a verdade”.
Quase quatro anos depois, a expectativa não se concretizou. A grande estrela democrata que parecia estar surgindo, até agora, não teve o destaque que muitos esperavam. As pesquisas comprovam isso: a rejeição dela é maior do que a aprovação.
Assim como o chefe dela, Kamala começou a perder apoio no segundo semestre de 2021 e o pico da reprovação foi em julho de 2022. A explicação para uma perda tão rápida de apoio é que, nos últimos quatro anos, Harris recebeu tarefas complicadíssimas como, por exemplo, resolver, com um baixo orçamento, o problema da imigração, ou fazer uma reforma no sistema eleitoral dos estados.
As aparições públicas que couberam a Kamala foram diminuídas, em parte, por causa das constantes gafes que dá em público. Disse uma vez que os Estados Unidos têm uma aliança histórica com a Coreia do Norte comunista, de quem os americanos são, na verdade, inimigos. Disse que 220 milhões de pessoas morreram de Covid, mais da metade 330 milhões de americanos.
Na noite deste sábado, Joe Biden foi a mais um evento fechado para doadores, dessa vez em Nova Jersey.
Já Donald Trump ficou mais confortável depois do debate de quinta-feira. Nos últimos meses, ele ultrapassou pela primeira vez a arrecadação de Biden. O ex-presidente tirou o sábado para descansar.

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