1 de fevereiro de 2025

Bolsonaristas temem impacto eleitoral de delação de Cid, buscam novos players para 2026 e defendem Michelle para Senado


Os governadores Ronaldo Caiado, de Goiás, e Tarcísio de Freitas, de São Paulo, são nomes cogitados pelos aliados de Bolsonaro ouvidos pelo blog. O ex-presidente, no entanto, segue o discurso de que o único candidato possível é ele. Michelle e Jair Bolsonaro devem prestar depoimento nesta quinta-feira (31/08)
Reuters
Integrantes do núcleo mais próximo do ex-presidente Jair Bolsonaro monitoram com lupa os desdobramentos das revelações da delação de Mauro Cid. Com Bolsonaro inelegível, cresce uma avaliação no entorno do ex-presidente de que é preciso construir novos players para a disputa eleitoral fora do núcleo da família Bolsonaro – mas com a benção do ex-presidente.
Aí é que está o problema. Hoje, Bolsonaro deixa claro que deseja repetir o script de Lula em 2018 – de que só ele é o candidato, o que atrasa a construção de outro nome da direita e fora da família.
A citação de Michelle Bolsonaro na delação de Mauro Cid não pegou de surpresa aliados de Bolsonaro com quem o blog conversou.
Essas mesmas fontes lembram, também, que Michelle e Cid se detestavam – e, por isso, não acreditam que haveria qualquer prova no material apreendido de Cid ligando qualquer conversa com a ex-primeira-dama.
”Onde um entrava, o outro saía”, disse ao blog um ex-assessor de Bolsonaro.
Uma das discordâncias de Michelle e Cid no fim do governo era sobre Bolsonaro sair do Brasil ou não. Michelle defendia que ele ficasse para não parecer que era fuga. Cid defendia que ele saísse, pois estava muito mal, “para aliviar a cabeça”, na versão de aliados.
Michelle e os filhos de Bolsonaro sempre são citados por Bolsonaro como personagens com potencial político. Com o avanço da delação de Mauro Cid, a ideia é trabalhar novos nomes – como o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas – e deixar Michelle para o Senado, por exemplo.
Falta combinar com Bolsonaro, que explora o discurso de que o único candidato é ele. Quem conhece os bastidores do processo afirma que juridicamente Bolsonaro tem poucas chances de escapar de uma condenação, além de estar inelegível.
Anistia
A proximidade do desfecho da investigação do golpe tem feito com que bolsonaristas turbinem a discussão de anistia – e condicione apoio de Bolsonaro a um eventual perdão se condenado pela Justiça.
Para aliados, essa vai ser a moeda de troca cobrada por Bolsonaro desde a eleição da Câmara e do Senado – até o candidato a presidência em 2026.
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