21 de setembro de 2024

Bombeiros de SC criam 1º protocolo de atendimento a autistas do país, anuncia instituição

Objetivo é que os socorristas estejam preparados para lidar com possíveis intercorrências no atendimento de crianças e adultos atípicos. Bombeiros de SC criam 1º protocolo personalizado do país para atendimento a autistas, diz instituição
CMBSC/Divulgação
O Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina criou um protocolo padrão voltado exclusivamente ao atendimento de pacientes com Transtorno do Espectro Autista (TEA). A iniciativa teve início na terça–feira (2), Dia Mundial de Conscientização do diagnóstico, e é a primeira do país neste modelo, conforme a instituição.
O objetivo é que os socorristas estejam preparados para lidar com possíveis intercorrências no atendimento de crianças e adultos atípicos. O protocolo foi encaminhado para a rede interna para que os 2,6 mil bombeiros militares tenham acesso.
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De acordo com o tenente-coronel Henrique Piovezan da Silveira, presidente da Coordenadoria de Atendimento Pré-Hospitalar do CBMSC, o protocolo deve ser sensível, adaptado e inclusivo.
“Isso promove a eficácia do protocolo e assegura que cada pessoa com TEA tenha o direito de ser tratada com dignidade e respeito, independentemente de suas características particulares”, disse.
A criação da diretriz contou com a colaboração do Laboratório de Pesquisa em Autismo e Neurodesenvolvimento da Universidade do Extremo Sul Catarinense (Unesc) e durou um ano para ser finalizada.
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TEA
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que há 70 milhões de pessoas diagnosticadas com o TEA no mundo, sendo 2 milhões só no Brasil. O transtorno, que é caracterizado pela dificuldade em comunicação e interação social, tem crescido na última década, conforme a neuropsicóloga Gisele Tridapallil.
Segundo a especialista, que atua no tema há 17 anos, além das crianças com o diagnóstico, os adultos têm procurado com mais frequência o consultório dela em busca de resposta e diagnóstico. “Agora, é um assunto que está muito midiatizado, se fala muito, o que é diferente de 10 anos atrás”, explicou.
É no consultório da profissional que pacientes realizam avaliações para descartar ou confirmar o transtorno. Segundo ela, a maior parte dos que recebem a confirmação do TEA se sentem aliviados.
“Eu escuto isso com frequência, que é um alívio, pois a pessoa passa a compreender por que é assim, por que possui todas essas diferenças, por que algumas coisas são difíceis. Essa fala é bastante comum no contexto do autoconhecimento”, disse.
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Procure ajuda
Segundo a neuropscóloga, ao suspeitar que conhece alguém autista sem diagnóstico ou ao notar traços de neurodivergência em si mesmo, é essencial buscar ajuda profissional para obter diagnóstico adequado e orientação sobre testes e possíveis caminhos a tomar.
O primeiro passo, conforme a especialista, é procurar um psicólogo ou psiquiatra, pois esses profissionais possuem o treinamento necessário para realizar avaliações completas e fornecer o diagnóstico adequado.
“A mensagem mais importante é transmitir esperança. Após o diagnóstico, a pessoa pode continuar enfrentando dificuldades, mas há terapias disponíveis para adultos. Mesmo que a pessoa se compreenda e se respeite, algumas dificuldades podem surgir, e existem estratégias para lidar com elas”, afirmou a psicóloga.
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