Vítimas tem entre 1 e 4 anos de idade e são filhos de Talita Ferreira Lago, que tinha 22 anos e teve o corpo encontrado dois dias após o acidente. Talita Ferreira Lago, de 22 anos, e seus três filhos, de 4, 2 e 1 ano, estão desaparecidos
Reprodução/Redes Sociais
As buscas por três crianças desaparecidas após uma balsa colidir com casas flutuantes na zona rural de Manicoré, no interior do Amazonas, foram encerradas pelo Corpo de Bombeiros Militar do Amazonas (CBMAM), na quinta-feira (23), seis dias após o acidente.
O g1 procurou a Marinha para saber se as equipes enviadas anteriormente ainda seguem a procura das vítimas e aguarda resposta. Nos primeiros dias de buscas, os militares auxiliavam os trabalhos com um helicóptero e lanchas.
Na colisão, Talita Ferreira Lago, de 22 anos e seus três filhos, de 4, 2 e 1 ano, desapareceram no Rio Madeira. O corpo da jovem foi encontrado na manhã de domingo (19). Segundo testemunhas, eles estavam dormindo em uma das casas flutuantes atingidas, às margens do Rio Madeira, durante uma visita a familiares que vivem no local.
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Por meio de nota, os bombeiros informaram que desde a data do acidente, na sexta-feira (17), foram realizados mergulhos diários em toda a área do rio, que tem intensa correnteza e descida de muitos troncos de árvore, mas nenhum vestígio das crianças foi encontrado.
“No entanto, o caso continuará sendo acompanhado pela Defesa Civil do município e os mergulhadores do CBMAM estarão à disposição para retornar ao local, caso surjam novas evidências”, conclui a nota.
A Defesa Civil de Manicoré e os próprios moradores iniciaram os trabalhos de buscas no dia do acidente.
Em nota, a Prefeitura de Manicoré informou que mobilizou todos os órgãos competentes, incluindo sua equipe de governo, e colocou-os em estado de alerta para oferecer o suporte necessário às equipes de busca.
A Marinha informou que durante as buscas foram utilizadas uma aeronave do 1º Esquadrão de Helicópteros de Emprego Geral do Noroeste, o Aviso Hidroceanográfico Fluvial “Rio Negro” (Navio da Marinha) e uma equipe de lanchas da Agência Fluvial de Humaitá.
O acidente
Destroços de flutuantes atingido por balsa no interior do Amazonas
Segundo os moradores da comunidade, dez pessoas estavam nos flutuantes no momento em que a balsa, que carregava soja e tinha como destino a cidade de Porto Velho, em Rondônia, atingiu as estruturas de madeira.
Eles relataram que a forte neblina que encobria a região pode ter dificultado a navegação da balsa e ocasionado a tragédia. Após a colisão, a embarcação seguiu viagem sem prestar socorro.
Na sexta, a polícia ouviu o comandante da balsa, que afirmou que peso do barco impediu de evitar a colisão.
Moradores relatam medo frequente
Os moradores da comunidade Urumatuba, na zona rural de Manicoré, no interior do Amazonas, afirmaram ao g1 que o medo de acidentes com grandes embarcações já fazia parte da rotina deles muito antes da tragédia ocorrida no último dia 17.
Eles relatam que embarcações de grande porte trafegam diariamente próximo às residências, sem qualquer fiscalização por parte dos órgãos responsáveis.
“Esse foi o primeiro acidente, mas o risco já era evidente há muito tempo por causa das grandes embarcações que passam perto das habitações. É algo muito sério e precisamos dar visibilidade a isso”, afirmou a professora Leidiane Lagos.
O g1 procurou a Marinha para questionar as denúncias feitas pelos moradores, além de solicitar informações sobre as ações de fiscalização e regulação de embarcações e moradias flutuantes na área. Até o fechamento desta reportagem, porém, não houve retorno.
Balsa atinge casa flutuante no rio Madeira