Rompimento da estrutura completou seis anos no dia 25 de janeiro. Tragédia deixou 270 pessoas mortas, e três seguem desaparecidas. Memorial “Não Esqueceremos”, homemagem do Corpo de Bombeiros às vítimas do desastre de Brumadinho, em 2019
TV Globo
O Corpo de Bombeiros de Minas Gerais (CBMG) inaugurou, nesta sexta-feira (31), o memorial “Nunca Esqueceremos”, em homenagem às vítimas do rompimento da barragem da Vale, que aconteceu em Brumadinho, na Grande BH, em 2019. O memorial fica na Academia de Bombeiros Militar, na Região da Pampulha, em Belo Horizonte.
A obra foi erguida com materiais e elementos presentes no cenário da tragédia, que completou seis anos no último 25 de janeiro.
“De lá para cá, houve muito aprendizado para o Corpo de Bombeiros. Então, todo dia 25 de janeiro, nós temos a obrigação de repassar aqui na escola as ações de socorro que foram empregadas na tragédia, que não queremos que nunca mais se repita”, disse o tenente-coronel Rafael Cosendey.
Entre as obras expostas no memorial, há uma estátua – em tamanho real – de um militar ajoelhado, reverenciando os nomes das vítimas, registrados em uma placa entregue à corporação no ano passado.
A cerimônia de inauguração contou a presença dos bombeiros e também de representantes da Associação dos Familiares de Vítimas e Atingidos (Avabrum).
A partir de agora, todos os anos, no dia 25 de janeiro, os militares em serviço no quartel vão tocar uma honra fúnebre, como forma de respeito às vítimas e para lembrar a missão da corporação de proteger e prevenir desastres.
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A tragédia
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Foto: Douglas Magno/AFP
A barragem da Vale se rompeu no dia 25 de janeiro de 2019 e despejou 12 milhões de m³ de rejeito em instalações da empresa, comunidades e no Rio Paraopeba. Ao todo, 270 pessoas morreram na tragédia. Três seguem desaparecidas até hoje.
O Corpo de Bombeiros mantém até hoje as buscas pelas vítimas ainda não encontradas. Os militares atuam com o apoio de estações de busca, que processam o material recolhido por máquinas e separam os fragmentos maiores dos mais finos.
Os bombeiros são treinados para inspecionar visualmente tudo o que passa pelas esteiras e, desde o fim do ano passado, contam com a ajuda de inteligência artificial nesse processo.
Ao longo de 2024, a Polícia Civil, responsável pela perícia dos materiais, recebeu 20 segmentos humanos localizados pelos militares na área de buscas. Desde a tragédia, foram 1.045. A maioria das análises já foi concluída – atualmente, 28 estão em processamento.
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