4 de outubro de 2024

Bonner e Renata contam como Cid Moreira era nos bastidores do JN: ‘Extremo bom humor’, ‘olhar carinhoso’ e ‘alma leve’

Bonner, que sucedeu a Moreira em 1996, na reformulação do JN, lembrou da voz marcante do veterano que imortalizou com os bordões ‘Mister M’ e ‘Jabulani’. Por sua vez, Vasconcellos destacou a capacidade de conciliar quem tinha ideias opostas. ‘O rosto do telejornalismo brasileiro’, diz Bonner sobre Cid Moreira
Os apresentadores do Jornal Nacional, William Bonner e Renata Vasconcellos, lembraram das características e qualidades do colega Cid Moreira, de 97 anos, que morreu na manhã desta quinta-feira (3), em Petrópolis, na Região Serrana, após falência múltipla dos órgãos.
Bonner, que sucedeu a Moreira em 1996, na reformulação do JN, lembrou da voz marcante do veterano que imortalizou com os bordões ‘Mister M’ e ‘Jabulani’. Por sua vez, Vasconcellos destacou a capacidade de conciliar quem tinha ideias opostas.
Em 2010, Jabulani deixou de ser apenas o nome da bola oficial do Mundial da África do Sul e caiu na boca do povo. O termo, que em zulu significa ‘celebrar’, virou febre graças à vinheta gravada pela voz inconfundível de Cid Moreira para as reportagens do “Fantástico” e as transmissões da TV Globo. O sucesso foi imediato.
“Quem não lembra do Cid falando: ‘Jabulaaaani!'”, lembrou o atual editor-chefe do JN, durante entrevista ao RJ1.
“O Cid, depois que saiu do Jornal Nacional, conseguiu ser marcante de outras formas, até com certo humor. Como participação no Fantástico. A voz do quadro do Mister M, quem não lembra? (Ele foi) A voz que imortalizou o nome de uma bola de futebol, durante a Copa do Mundo, em 2010, na África, do Sul. Esse é o profissional que chegava às casas das pessoas. O profissional que eu tive a honra e a felicidade de trabalhar, algumas vezes, era uma pessoa de extremo bom humor, embora tivesse mais idade que deu, que adorava brincadeiras”, destacou o atual editor-chefe do JN.
Cid apresentou Jornal Nacional por 26 anos — e, daquela bancada, imortalizou o “Boa noite” no imaginário do público.
Renata Vasconcellos salientou que o veterano no JN passava uma formalidade e ao mesmo tempo um sorriso de garoto.
“Eu gostaria de destacar uma qualidade do Cid que é muito rara e maravilhosa: a capacidade de conciliar características opostas. Ele tinha toda a formalidade, o peso que o cargo de apresentador do Jornal Nacional exige, a sobriedade, a seriedade. Mas, ao mesmo tempo com um olhar carinhoso, um sorriso quase maroto, de garoto, uma alma leve. E ele conseguia passar isso, ao mesmo tempo. Isso fazia com que os brasileiros se identificassem e se sentissem seguros na imagem de uma pessoa íntegra e ao mesmo tempo humana”.
William Bonner, Cid Moreira, Sérgio Chapelin e Renata Vasconcellos
Reprodução/TV Globo

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