14 de novembro de 2024

Brasil bate recorde na exportação de alimentos industrializados

Alta na exportação faz aumentar a quantidade de postos de trabalho abertos nas fábricas de alimentos. Brasil bate recorde na exportação de alimentos industrializados
Reprodução / Jornal Nacional
O Brasil bateu recorde na exportação de alimentos industrializados. Mas a crise climática desperta a atenção do mundo para os desafios da produção.
Excesso de chuva. Seca. Fogo nas lavouras. Os olhos do mercado internacional se voltam para o horizonte do Brasil. É que mais recentemente o país dos infinitos campos de soja, milho, café e trigo ganhou nova embalagem no mercado externo.
“O Brasil além de ser já considerado o celeiro do mundo, também passa a ser a partir de agora o supermercado do mundo. A partir de 2023, a gente se consolidou como o país que mais exporta alimentos industrializados para o resto do planeta; são 190 países que compram alimentos do Brasil e voltam a comprar mostrando a confiança que eles têm na qualidade na segurança do alimento industrializado brasileiro”, explicou João Dornellas, presidente executivo da Associação Brasileira da Indústria de Alimentos.
É recorde o saldo das exportações brasileiras de alimentos industrializados: US$ 30,7 bilhões (R$ 169.3 bilhões) no primeiro semestre deste ano. E tem profissional brasileiro brotando nas fabricas de alimentos. Só no primeiro semestre do ano foram mais de 150 mil novos postos de trabalho diretos ou indiretos.
“Aqui na indústria eles dão oportunidade de crescimento. Então falei: ‘vou estudar, voltar para os estudos e quem sabe um dia eu posso crescer aqui dentro'”, disse a auxiliar de produção Michele Batista.
“Uma vaga de operador, futuramente, qualidade… E a gente vai visando aí qual vaga a gente se encaixa mais”, conta Jeferson Araújo, auxiliar de produção.
Se o trigo vira macarrão para a exportação, a força da balança comercial brasileira não se limita ao campo. Vem para os grandes centros urbanos. Dá ritmo às fábricas e à economia do país, porque gera pesquisa, inovação, investimento, emprego. Então, a imagem do Brasil como grande produtor mundial de alimentos vai ficando assim: vestida para a indústria.
“Isso envolve indústrias de embalagens, indústria química, principalmente no que diz respeito a conservantes, acidulantes, colorantes, então isso mexe realmente, é uma cadeia gigantesca. E isso é fantástico para um país que precisa urgentemente retomar o seu processo de crescimento sustentado”, explicou Otto Nogami, economista do Insper.
Mas precisa ter clima para isso. “A indústria compra praticamente 61% daquilo que o campo produz e tudo que se perde no campo pode vir afetar sim a oferta, a disponibilidade de alimentos no longo prazo. Diversos setores industriais tem investido bastante em sustentabilidade, exatamente para evitar os efeitos grandes que pode haver nesses efeitos, nesses problemas climáticos que o planeta enfrentam, né?”, argumentou Nogami.

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