País retomou a oitava colocação entre os maiores produtores de automóveis do mundo, posição que ocupava em 2022. Carro é produzido em fábrica da Volkswagen.
Divulgação/Volkswagen
O país produziu cerca de 2,5 milhões de veículos em 2024, fazendo o Brasil voltar a ocupar a oitava colocação no ranking dos maiores produtores do mundo. Os dados foram divulgados nesta terça-feira (14) pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).
A fabricação de veículos novos cresceu 9,7% contra o ano anterior. Foram produzidos 2,574 milhões de veículos zero km nos 12 meses de 2024, contra 2,324 milhões do mesmo período de 2023.
“Se não fosse o dólar e a taxa de juros em alta, o Brasil estaria em um patamar de 3 milhões de unidades vendidas”, diz Márcio Lima Leite, presidente da Anfavea.
O resultado coloca o Brasil à frente de países como Espanha e Tailândia. Veja abaixo a lista.
China: 31,1 milhões de unidades;
Estados Unidos: 11,9 milhões de unidades;
Japão: 8,2 milhões de unidades;
Índia: 5,6 milhões de unidades;
México: 4,3 milhões de unidades;
Coreia do Sul: 4,2 milhões de unidades;
Alemanha: 4,1 milhões de unidades;
Brasil: 2,5 milhões de unidades;
Espanha: 2,4 milhões de unidades;
Tailândia: 1,5 milhão de unidades.
A alta em 2024 representa recuperação após queda de 1,9% em 2023. Naquele ano tivemos a primeira retração na fabricação de veículos no Brasil desde 2016.
Além disso, a Anfavea apontou alta de 8,3% na quantidade de empregos gerados na indústria automotiva. Em 2024 foram 107 mil vagas preenchidas. Este, segundo a entidade, é o maior índice de crescimento de empregos dese 2007.
“A localização, a produção no Brasil vai refletir na geração de conhecimento e maior número de vaga e empregos. Especialmente das montadoras que, em 2025, vão anunciar novos empregos, novas unidades fabris, além dos novos players que estão chegando e também vão contratar”, aponta Márcio Lima.
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A Anfavea projeta crescimento de 7,8% na produção de veículos em 2025 e, assim, a fabricação alcançará 2,749 milhões de automóveis saindo de fábricas locais. A entidade acredita que em 2026 o país retomará o patamar de 3 milhões de unidades.
Alta nas importações preocupa Anfavea
Junto dos bons números de produção, a Anfavea apontou alta elevada das importações. Em 2024 elas cresceram 32,5% quando comparadas com 2023, alcançando o maior nível em 10 anos.
Foram 467 milhões de veículos importados no Brasil em 2024, contra 352 milhões do ano anterior. A entidade diz que deste total, 200 milhões correspondem aos modelos eletrificados que chegam da China.
“Importação respondeu a uma renúncia fiscal de R$ 6 bilhões em 2024, por conta da alta nas importações. É um valor que deixa de estar aqui, deixando de gerar empregos e anúncio de investimentos”, comenta Márcio Lima Leite.
“Não podemos aceitar este volume de importação, principalmente vindo da China, resultando em desiquilíbrio para o déficit fiscal e está prejudicando a retomada da competitividade”, complementa o executivo.
Brasil ultrapassa os 14 milhões de carros vendidos
Em 2024, foram feitas cerca de 14,2 milhões de transações envolvendo a venda de veículos novos e usados.
“Quando falamos do setor automotivo, pouco importa se o veículo é novo ou usado. A venda de novos e usados é muito importante, porque é sempre um sistema automotivo que funciona e demonstra claramente o aquecimento e a retomada do mercado”, comenta Márcio Lima Leite, presidente da Anfavea.
Para Márcio Leite, este aumento nas vendas está diretamente ligado ao crescimento do crédito no Brasil em 2024. Segundo a Anfavea, a concessão de crédito cresceu 36% para o financiamento de veículos.
“Foram colocados no mercado mais de R$ 200 bilhões em financiamento de veículos. Isso faz um ticket médio de cerca de R$ 30 mil por veículo. Mesmo assim, ao contrário do que todos pensam, a inadimplência caiu”, comenta o executivo.
Márcio aponta algumas medidas que ajudaram para a alta das vendas e queda na inadimplência, como a retomada do bem pelo marco legal de garantias, mas também comenta que o maior custo de financiamento, por conta da alta na taxa de juros, serão desafios para 2025.