27 de dezembro de 2024

Brasiléia (AC) se torna exemplo dos desafios impostos por condições climáticas extremas no Brasil

Há 6 meses, Brasiléia enfrentava a maior cheia da história do município: 80% da cidade estavam inundados pelo Rio Acre. Agora, segundo a Defesa Civil, o rio atingiu a menor cota já registrada desde o início das medições em 1971. Cidade no Acre é exemplo dos extremos climáticos no Brasil
Uma cidade do Acre se tornou um exemplo muito eloquente dos desafios impostos por condições climáticas extremas no Brasil.
Há exatamente seis meses, Brasiléia enfrentava a maior cheia da história do município: 80% da cidade estavam inundados pelo Rio Acre – que alcançou o recorde de 15,58 m. Agora, o cenário é totalmente diferente. Segundo a Defesa Civil, o Rio Acre se mantém acima de 70 cm de profundidade. No domingo (25), a medição feita indicou 69 cm – a menor cota já registrada desde o início das medições na região em 1971. Esse quadro acendeu um alerta para as autoridades sobre o perigo da escassez de água.
“Essa seca, esse problema hídrico não atinge só os ribeirinhos e os indígenas, atinge a população como um todo, porque racionamento de água não é bom para ninguém. Então, a gente precisa usar os nossos recursos com muita consciência”, afirma Liane Rocha Chaves Nicolau, secretária de Meio Ambiente de Brasiléia.
Os produtores ribeirinhos só conseguem levar a produção para Brasiléia em pequenas embarcações, o que é um desafio para o produtor rural Andrade Damasceno.
“Só não está bom para navegação, só para quem sabe. E se não souber, você fica encalhado no meio do rio. Então, às vezes, quebra a palheta. O barco fica seco e demora para sair”, diz.
Brasiléia (AC) se torna exemplo dos desafios impostos por condições climáticas extremas no Brasil
Reprodução/TV Globo
Segundo a Defesa Civil estadual, não chove de forma significativa há mais de 50 dias. Sem chuvas mais intensas, os prejuízos seguem sendo contabilizados.
“Hoje, a gente tem uma estimativa de 30% da produção da zona rural que foi atingida. A cadeia mais prejudicada é o cultivo do milho e do feijão, que sofreram mais com essa seca. E, também, tem os pecuaristas, que têm sido afetados diretamente em seus pastos”, afirma Ana Kelly Monteiro Nogueira, secretária de Agricultura de Brasiléia.
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Reprodução/TV Globo
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