Aline Fernanda de Siqueira Maschietto estava detida no país europeu desde dezembro de 2023. Ela estava foragida da Justiça de SP desde 2022 e paradeiro foi descoberto após denúncia de suposto crime. Aline Fernanda de Siqueira Maschietto é investigada em Ribeirão Preto, SP, por tentativa de homicídio. Ela chegou a denunciar estupro na Espanha, mas retirou queixa.
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A brasileira Aline Fernanda de Siqueira Maschietto, de 38 anos, acusada de tentativa de homicídio em Ribeirão Preto (SP) desde outubro de 2022, foi extraditada da Espanha na semana passada e está presa na Penitenciária Feminina de Sant’Ana, em São Paulo (SP).
Ela foi encaminhada para a unidade após passar por audiência de custódia no sábado (29), um dia depois de chegar em solo brasileiro.
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Na Espanha, Aline ganhou atenção da imprensa internacional em novembro do ano passado, quando denunciou um advogado, filho do presidente do Tribunal Constitucional da Espanha, por estupro. A acusação foi retirada dias depois.
No Brasil, era procurada por tentativa de homicídio desde outubro de 2022 e, por conta disso, foi deportada. (veja mais abaixo).
A prisão de Aline foi confirmada pelo Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo e pela advogada de defesa dela, Tamara Maria Castro.
A mulher já estava detida em Málaga, a 534 quilômetros de Madri, desde o dia 13 de dezembro, depois que a Justiça de São Paulo pediu que o nome dela fosse incluído na Difusão Vermelha da Interpol por conta da acusação de crime em Ribeirão Preto.
Acusada de crime em Ribeirão Preto, Aline Fernanda de Siqueira Maschietto foi presa em Málaga, no litoral da Espanha
Guardia Civil Mº Interior
Ao g1, a advogada de Aline disse que vai provar a inocência da cliente.
“A defesa está firme no resultado efetivo da demonstração da inocência de Aline, que é apenas uma mulher que estava no lugar errado e na hora errada, e que, sendo humilhada e esfaqueada, apenas agiu para impedir que algo pior lhe acontecesse. Agora poderíamos estar falando de um feminicídio”.
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Segundo a advogada, a prisão preventiva determinada pela 1ª Vara do Júri de Ribeirão Preto teria se baseado no fato de que Aline estava foragida, argumento que ela afirma já ter sido comprovado inexistente.
“Toda essa situação foi gerada por falha na investigação policial e judicial. Aline deixou todos seus contatos quando em delegacia, mas não se atentaram que seu número de telefone possuía DDI [discagem direta internacional], bem como, foi anotado suprimindo-se o último dígito. Dessa forma, não teria como haver sucesso no contato por meio telefônico”.
Ainda segundo a advogada, houve apenas uma tentativa de citação pessoal por oficial de justiça.
“Determinando-se sua citação por edital, sem que os outros meios de localização fossem esgotados. Ou seja, erros primários levaram a uma suposta fuga, que levou à preventiva decretada. Suas ações foram abarcadas por excludente de ilicitude [legítima defesa] e tudo será demonstrado no processo, ante ao substrato probante inquestionável que a defesa possui”.
Em julho de 2022, segundo informações da Secretaria de Segurança Pública do Estado (SSP/SP), o inquérito da Polícia Civil que investigava tentativa de homicídio foi concluído e apresentado à Justiça.
Na ação, Aline passou a ser acusada pelo crime por motivo torpe e meio que dificultou a defesa da vítima.
Ela foi citada a apresentar as alegações, mas não teria se posicionado no âmbito do processo. Em outubro de 2022, foi alvo de um mandado de prisão preventiva com validade até 2042 e era considerada procurada, segundo informações do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Tentativa de homicídio
Em novembro de 2023, Aline esteve no centro das atenções da imprensa internacional quando denunciou um advogado, filho do presidente do Tribunal Constitucional da Espanha, por estupro.
Dias depois, ela voltou atrás nas acusações e retirou a queixa, de acordo com informações do Jornal El País, mas a Justiça brasileira pediu a inclusão do nome de Aline na Interpol por conta de um mandado de prisão em aberto, referente a uma tentativa de homicídio que aconteceu em março de 2022.
Segundo informações da Polícia Civil, à época, um homem foi encontrado esfaqueado dentro do quarto de um flat na Avenida Presidente Kennedy, em Ribeirão Preto, depois que um funcionário ouviu gritos dele pedindo para que arrombassem a porta porque ‘ela vai me matar’. A vítima foi hospitalizada e sobreviveu.
De acordo com o boletim de ocorrência registrado na época, a suspeita de ter dado as facadas foi uma mulher, então com 36 anos, que disse tê-lo conhecido em um aplicativo de relacionamentos antes de ir morar fora do país.
No depoimento, ela disse que havia acabado de voltar do México e, por isso, marcou um encontro com o homem no flat, mas acabou tendo uma discussão com ele porque ele teria chamado outra mulher para ficar com ele no apartamento.
A suspeita disse ainda que, durante a discussão, o homem a ameaçou com uma faca e que ela se defendia da investida dele quando o funcionário arrombou a porta do quarto e separou o casal. Ela também afirmou que o homem havia jogado as chaves do flat pela janela.
Mulher que denunciou abuso na Espanha é acusada de tentativa de homicídio em hotel de Ribeirão Preto
Reprodução/ Google Street View
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