‘Era uma mulher guerreira, uma pessoa brincalhona e amada por todos’, contou amiga. Corpo de Iara Barbosa foi cremado na quinta-feira (17). Iara Barbosa era motorista e trabalhava dirigindo ônibus em Portugal
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“Negra, brasileira e carioca”. Era assim que Iara Barbosa, que morreu em um acidente esta semana em Portugal, fazia questão de se definir nos vídeos que postava nas redes sociais. Ela sempre falava sobre as oportunidades e dificuldades que enfrentava na cidade de Santarém, para onde se mudou com as filhas, de 9 e 15 anos, em busca de uma vida melhor.
De acordo com informações do site português Rede Regional, a mulher estava de moto e sofreu uma batida de uma van, que a jogou longe. Iara acabou sendo atropelada por outro veículo e morreu na hora.
O corpo de Iara foi cremado em Santarém na tarde de quinta-feira (17).
Segundo amigos dela ouvidos pelo g1, Iara sempre buscou aperfeiçoamento profissional para oferecer uma vida melhor para as duas filhas. E foi isso que a levou à Portugal, onde estava há um ano e meio.
“Era uma mulher guerreira, uma pessoa brincalhona e amada por todos. Onde ela chegava fazia a alegria. Nós nunca a vimos triste”, disse Dani Alencar, que vive no Rio de Janeiro.
A carioca trabalhou em várias empresas de transporte no Rio de Janeiro. Dani a conheceu quando trabalharam na empresa de transportes Nossa Senhora de Lourdes. Iara iniciou a carreira como cobradora de ônibus e conciliava o trabalho com o estudo para se tornar motorista.
“Na época ela trabalhava como cobradora na empresa Regina. Ela trabalhava de manhã e dobrava para poder conquistar a casa dela e dar o melhor para as filhas. Depois, ela tirou a carteira e passou para motorista”, contou Dani.
As filhas de Iara estão sendo acompanhadas pelas autoridades portuguesas, que permitiram que elas ficassem na casa de amigos que a mãe fez em Portugal. Não há previsão de retorno ao Brasil.
Vida melhor
Iara Barbosa morreu em um acidente de trânsito na Ponte Salgueiro Maia, em Portugal
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Iara acreditava que a chance de uma vida melhor estava do outro lado do Oceano Atlântico.
“Ela sonhava em ir para Portugal. Era um sonho que ela tinha”, afirmou a amiga.
O sonho foi realizado com um teste para uma empresa portuguesa, que cuidou da transferência da profissional para o país europeu após um processo seletivo que aconteceu em São Paulo.
Com a ida para Portugal, o contato continuou, mas ficou mais raro, por conta do tempo dedicado ao trabalho, às filhas e aos perfis que criou nas redes sociais para compartilhar a rotina e os desafios da carreira de motorista.
Família
Brasileira morre em acidente de trânsito em Portugal
Redes sociais
Um amigo de Iara fez um apelo nas redes sociais para tentar encontrar a família da mulher e intermediar o contato com as crianças, que estão muito abaladas com a perda da mãe.
Em nota, o Ministério das Relações Exteriores, por meio do Consulado-Geral do Brasil em Lisboa, informou que tem conhecimento do fato e tem prestado assistência consular aos familiares de Iara.
“Informa-se que, em caso de falecimento de cidadão brasileiro no exterior, as Embaixadas e Consulados brasileiros podem prestar orientações gerais aos familiares, apoiar seus contatos com o governo local e cuidar da expedição de documentos, como o atestado consular de óbito, tão logo terminem os trâmites obrigatórios realizados pelas autoridades locais”, diz a nota
De acordo com o Itamaraty, o traslado dos restos mortais de brasileiros falecidos no exterior é decisão da família e não pode ser custeado com recursos públicos.