30 de janeiro de 2025

Brasileiro que sumiu após escala no Catar saía do país pela 1ª vez e teria hospedagem no Japão custeada por amigo, diz irmão


Familiar contou que não conhece amigo e não tem contato dele. Decisão por ida ao Japão foi recente. Família de Vitor Daniel Araújo Galdino, de 22 anos, denunciou o desaparecimento do jovem
Reprodução/TV Cabo Branco
O brasileiro Vitor Daniel Araújo Claudino, de 22 anos, que desapareceu após uma escala no Catar, fazia a primeira viagem internacional e teria a hospedagem custeada por um amigo em Tóquio, no Japão. De acordo com o irmão da vítima, Júnior Claudino, o jovem só havia comentado recentemente sobre a viagem.
“Ele comentou que tinha encontrado um amigo, que esse amigo ia ajudar ele na despesa da viagem, mas ele não falou pra onde era. Ele (o amigo) tinha conhecimento lá no Japão. Meu irmão gosta muito de viajar, de conhecer lugares. Esse rapaz ninguém conhece, ninguém sabe quem é, ele também não falou desse rapaz”, afirmou Júnior Claudino.
Vitor viajou para São Paulo na quinta-feira (23) e embarcou em um avião no Aeroporto Internacional de Guarulhos, com escala prevista no Catar. Ao chegar ao país, na sexta-feira (24), avisou ao irmão que pegaria um novo avião para o Japão. Desde então, o jovem não fez mais nenhum contato com a família.
Vitor Daniel é paraibano, natural de Campina Grande, e morava no Rio de Janeiro havia pouco menos de um ano. Lá, ele trabalhava como gerente de um restaurante.
O irmão do jovem, Júnior Claudinho, explicou que Vitor Daniel gostava de viajar e, apesar de desejar sair do país, nunca havia feito uma viagem internacional ou comentado sobre ter vontade de ir para o Japão.
“É a primeira vez que ele viaja para o exterior. Ele nunca comentou que queria viajar para o Japão. Tudo o que ele fazia, ele me comunicava. Nós tínhamos uma relação muito boa entre irmãos, mas ele não quis entrar em detalhe comigo sobre essa viagem. Quando eu fiquei sabendo, já foi através da minha mãe”, afirmou o irmão.
Vitor avisou a família recentemente sobre a viagem e, quando Júnior soube, ele já estava prestes a partir. Júnior relatou que conversou com Vitor sobre a viagem na quarta-feira (22), na mesma semana em que desapareceu, e, naquele momento, o jovem já comprava roupas no Rio de Janeiro. Na tarde do mesmo dia, embarcou para São Paulo para iniciar a viagem.
A família afirma estar aflita sem notícias do jovem e já ter procurado por ele em lugares que frequentou antes da viagem, como bares e hotéis, mas não conseguiu informações.
“Queria fazer um apelo pra Polícia Federal, para que eles possam entrar em contato com a Interpol, aprofundar mais o caso. Até agora, a gente não tem nenhuma novidade. Nós não sabemos se esse embarque foi feito, se ele desceu no Japão. Pode ser que tenha dado errado o passaporte dele ou que ele tenha deixado o aeroporto…”, afirmou Júnior.
A Polícia Federal informou, na tarde desta quarta-feira (29), que o pai do jovem fez o registro da ocorrência do desaparecimento. Com isso, a PF vai analisar a necessidade de acionar a Interpol no caso.
O g1 entrou em contato com o Itamaraty, que afirmou que, por meio da Embaixada do Brasil em Doha e da rede consular no Japão, permanece à disposição dos familiares para prestar a assistência consular cabível. O ministério também informou que não divulga informações sobre casos individuais de assistência a cidadãos brasileiros.
Paraibano desaparece em viagem para Tokyo
Jovem atualizava a família sobre sua viagem
Vitor atualizava a família sobre a viagem para Tóquio através de um aplicativo de mensagens (leia mais abaixo).
De acordo com a família, o jovem informou na sexta-feira (24) que havia chegado ao Catar e que o novo voo partiria às 2h da madrugada. Ele também disse que não sairia do aeroporto, pois estava à noite e achava perigoso.
Em outro trecho da conversa, o jovem afirmou que partiria do Japão no dia 2 de fevereiro e, se conseguisse uma passagem barata, viajaria para Portugal, onde ficaria na casa de um amigo.
Ele contou à família que, ao chegar ao Japão, ficaria em um hotel e que a estadia já estava paga. No dia seguinte, o irmão enviou uma mensagem para Vitor Daniel, mas ele não respondeu mais.
“O que eu queria era meu filho de volta. Eu peço ajuda para trazê-lo de volta, para ele voltar. É muita dor, desde sexta-feira sem falar com ele. Eu só queria ter meu filho de volta”, afirmou a mãe, Cileide Araújo.
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