13 de outubro de 2024

Brasília poderia ter sido totalmente diferente; veja imagens de como eram propostas para construção da capital

Concurso dos anos 50 avaliou 26 propostas de arquitetos para plano urbanístico da cidade; g1 separou imagens dos desenhos finalistas. Juscelino Kubitschek (no centro, assinando documento) durante sessaõ solene no Palácio do Catete, para sanção da lei que estabelece data para mudança da capital.
Revista Brasília/Arquivo Público do DF
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Em outubro, de 1957, o então presidente Juscelino Kubitschek sancionou o projeto de lei que determinou que a data da mudança da capital para Brasília seria em 21 de abril de 1960 (veja foto acima). Antes da sanção, o plano urbanístico da nova cidade já era discutido.
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Ele foi definido através de um concurso que avaliou propostas de arquitetos. Não é spoiler que o desenho de Lúcio Costa foi o vencedor. 🤔 Mas você sabe como eram os outros projetos?
O g1 separou imagens das propostas mais bem colocadas no concurso (veja mais abaixo).
Concurso Plano Piloto
JK fala sobre Niemeyer e comenta o Concurso Plano Piloto. Vídeo: Arquivo Público do DF
Em entrevista sobre a construção da capital, por volta da década de 60, o ex-presidente Juscelino Kubitschek diz que convidou Oscar Niemeyer para fazer o plano arquitetônico da cidade. Já para o plano urbanístico, decidiu realizar um concurso para avaliar as propostas (veja vídeo acima).
Em entrevista ao g1, o professor de arquitetura da Universidade de Brasília (UnB) Cláudio José Pinheiro Villar de Queiroz, que trabalhou com Niemeyer por 14 anos, conta que esse processo da construção de Brasília foi surpreendente, considerando que a cidade foi feita em 4 anos.
“Acho que Brasília é um milagre. Brasília é impressionante. Quem podia, imaginar que esse concurso daria certo?” , diz o professor.
O júri do Concurso Plano Piloto avaliou, entre 1956 e 1957, 26 projetos de arquitetos. Foram 7 finalistas e um vencedor, Lúcio Costa. Veja abaixo as propostas colocadas entre o 3° e 1° lugar do concurso:
🥉 3° lugar
Rino Levi
Planta baixa do projeto Rino Levi e equipe.
Revista Brasília/Arquivo Público do DF
O 3° lugar do concurso ficou com dois projetos, que ficaram empatados. Um deles foi o do arquiteto Rino Levi. Um dos pontos de destaque da proposta de Levi são os “superblocos” de habitação (veja foto abaixo).
A proposta de Rino Levi apresentava “superblocos” de habitação.
Revista Brasília/Arquivo Público do DF
“Os prédios são altíssimos. [O projeto] foi um exercício fantástico”, diz o professor da UnB Cláudio José.
Cláudio José explica que estes prédios de habitação teriam cerca de 50 andares. Para ele, o projeto de Rino Levi apresenta um aspecto mais “pesado”.
MMM Roberto
O projeto dos M.M.M. Roberto para o Plano Piloto de Brasília.
Revista Brasília/Arquivo Público do DF
A outra proposta que ficou em 3° lugar foi a do escritório MMM Roberto, que era formado pelos “irmãos Roberto”: Milton, Maurício e Marcelo. De acordo com a ideia do escritório, a nova capital seria feita de sete grandes áreas circulares.
Detalhes de como seria uma área.
Revista Brasília/Arquivo Público do DF
O professor Cláudio José conta que a proposta dos irmãos cariocas era “radical” e que essas áreas seriam “enormes, muito maiores que superquadras”.
🥈 2° lugar
Boruch Milman
Planta geral do projeto classificado em segundo lugar; dos arquitetos Boruch Milman, João Henrique Rocha e Ney Fontes Gonçalves.
Revista Brasília/Arquivo Público do DF
A proposta do arquiteto Boruch Milman e sua equipe quase venceu o concurso. O professor Cláudio José conta que o desenho possui várias linhas principais e que a organização da cidade seria “muito geométrica”.
Em uma entrevista, Boruch comentou que “foi uma glória” ter ficado em segundo lugar.
🥇 1° lugar
Lúcio Costa
Esboço de Lucio Costa, do Plano Piloto de Brasília.
Arquivo Público do DF/Fundo Novacap
O vencedor do concurso foi Lúcio Costa. Seu desenho deu vida à cidade e sua organização. Cláudio José diz que Lúcio foi o único arquiteto que fez todo o desenho original sozinho e à mão.
Marcado pela simplicidade, a proposta de Lúcio Costa possui quatro escalas:
Monumental: concentra as atividades administrativas federais e locais, o que confere à cidade o caráter de capital;
Residencial: área destinada à moradia, escolas, clubes, bibliotecas, igrejas e outros;
Bucólica: formada pela área verde da cidade;
Gregária: área do centro da cidade e comércio.
Vote em um dos projetos
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