Tragédia deixou 270 pessoas mortas. Com a identificação do corpo de Maria de Lurdes da Costa Bueno, duas vítimas seguem desaparecidas. Corretora Maria Lurdes da Costa Bueno
Reprodução/Facebook
Mais de seis anos após o rompimento da barragem da Vale, em Brumadinho, a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) identificou, na noite desta quinta-feira (6), mais uma vítima da tragédia.
A identificação de Maria de Lurdes da Costa Bueno, de 59 anos, foi possível por meio de exame antropológico. Segmentos da vítima foram encontrados na área de buscas na manhã desta quinta e incluíam um fêmur com prótese.
Ela era moradora de São José do Rio Pardo (SP) e estava passeando com a família em Brumadinho para conhecer o Inhotim. Todos estavam hospedados na Pousada Nova Estância, que foi destruída pela lama da barragem.
O marido de Maria de Lurdes, Adriano Ribeiro da Silva, dois enteados, Luiz Taliberti e Camila Taliberti, e a nora, Fernanda Damian de Almeida, também morreram na tragédia.
“Minha mãe era uma pessoa de bem com a vida e que fazia questão de receber bem as pessoas”, disse ao g1 a filha de Maria de Lurdes, Patrícia Borelli, em 2022.
Bombeiros fazem busca por corpos na região do Córrego do Feijão, em Brumadinho, dois dias depois do rompimento da barragem
Douglas Magno/AFP
De acordo com o tenente Henrique Barcellos, os segmentos da vítima foram encontrados em uma área de buscas chamada “remanso 4”. O local fica a aproximadamente 2 km da Pousada Nova Estância (veja mapa abaixo).
“A operação Brumadinho gerou uma mancha de aproximadamente 10 km lineares e mais de 30 km de perímetro. […] O remanso significa aquela área onde o fluxo de lama perde a velocidade e vai mudar de direção”, explicou, nesta quinta-feira.
Caminho da lama em Brumadinho
Luisa Rivas – Arte/g1
A tragédia da Vale em Brumadinho, em 25 de janeiro de 2019, deixou 270 pessoas mortas, das quais 268 foram identificadas. Agora, duas seguem desaparecidas. São elas:
◾ Tiago Tadeu Mendes da Silva, de 34 anos, engenheiro mecânico recém-formado que tinha sido transferido para a mina de Córrego do Feijão cerca de 20 dias antes da tragédia;
◾️ e Nathália de Oliveira Porto Araújo, de 25 anos, estagiária da Vale que estava no horário de almoço, conversando com o marido por telefone, no momento do colapso da estrutura.
Tiago Tadeu Mendes da Silva e Nathália de Oliveira Porto Araújo seguem desaparecidos
Arquivo pessoal
Fazia mais de dois anos desde que uma vítima da tragédia tinha sido identificada pela última vez. Trata-se de Cristiane Antunes Campos, funcionária da Vale que atuava como supervisora de mina. A identificação, por meio de exames de DNA, foi confirmada em dezembro de 2022.
Buscas
Seis anos depois, o Corpo de Bombeiros mantém as buscas pelas vítimas ainda não encontradas.
Os militares atuam com o apoio de estações de busca, que processam o material recolhido por máquinas e separam os fragmentos maiores dos mais finos. Os bombeiros são treinados para inspecionar visualmente tudo o que passa pelas esteiras e, desde o fim do ano passado, contam com a ajuda de inteligência artificial nesse processo.
Ao longo de 2024, a Polícia Civil recebeu 20 segmentos humanos localizados pelos bombeiros na área de buscas.
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