8 de outubro de 2024

Cachoeira do Portal do Pantanal seca quase por completo devido a falta de chuva em MS

Além da mudança brusca na paisagem, a falta de água na Cachoeira também afeta os animais e o agronegócio na região. Cachoeira do Portal do Pantanal seca quase por completo devido a falta de chuva em MS
Conhecida pelos morros imponentes, mata fechada e paredões extremamente íngremes, a Cachoeira do Rio do Peixe, um símbolo para Rio Negro (MS), cidade que recebe o título de Portal do Pantanal, secou quase que por completo devido a falta de chuva na região. Veja o vídeo acima.
A mudança na paisagem pegou a bioespeleóloga, Aléxia Murgi, de surpresa nessa sexta-feira (4). A profissional contou ao g1 que foi até o local mostrar a paisagem para um amigo e ficou devastada com o que encontrou.
“Eu tinha ido em agosto e não estava assim. Somos da área da mastofauna e eu disse para ele que era um lugar muito legal para ver animais, mas chegando lá foi uma surpresa muito triste”, descreveu Aléxia.
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A bioespeleóloga contou que a seca foi causada, principalmente, por causa das mudanças climáticas e a falta de chuva. “Isso já havia sido previsto no início do ano por alguns estudos que disseram que a bacia do alto Paraguai teria uma seca fora do padrão observado antes em 2024”, informou.
Além da mudança brusca na paisagem, a falta de água na Cachoeira também afeta os animais e o agronegócio, explica Aléxia.
“Do ponto de vista da biologia, a água estava parada, não tinha um fluxo como era antes. [..] Com isso a água perde o oxigênio e os peixes morrem. No local, também tinha muita pegada de bicho no banco de areia, além dos rastros das pessoas. Esse é um ponto de referência dos bichos para se hidratar, e agora na estiagem eles vão começar a frequentar lá ainda mais e nesse contato com a água parada aumenta o risco de contaminações e zoonoses, além de causar prejuízos econômicos para o agronegócio”, finalizou a profissional.
O cenário também é triste para os que moram na região. Para os Amigos do Rio Negro, um grupo sem fins lucrativos que contribuem com a preservação e limpeza do local, a luta no momento é para evitar que isso continue acontecendo.
“A escassez começou há alguns anos e essa é a segunda vez que a cachoeira fica completamente seca. Gera uma tristeza! É um lugar muito bonito, conhecido nacionalmente, mas esperamos reverter essa estiagem e evitar que isso aconteça”, informou um dos integrantes do grupo, que preferiu não se identificar.
Sobre o ponto turístico
O lugar fica a pouco mais de duas horas da capital sul-mato-grossense. Apesar de ser uma área particular, a estrada que da acesso à queda d’água de quase 70 metros, é livre.
A descida pode ser de rapel ou pelo único caminho disponível, do lado esquerdo do morro, entre pedras e vegetação nativa. Os primeiros 50 metros são tranquilos, mas aos poucos o cenário muda. De repente a mata fica bem fechada, a umidade relativa do ar alta causa sensação térmica muito acima da temperatura registrada e as rochas usadas como degraus ficam bem mais altas e levemente escorregadias, na medida em que vai se aproximando do leito do córrego.
Quando se chega à parte de baixo é preciso atravessar o rio caminhando sobre as pedras. Depois de descer pelo paredão, essa é a parte mais tensa da aventura. É preciso tatear as pedras e quando se chega a outra margem a água não é tão forte como parece. Mais cerca de 100 metros de caminhada se chega aos pés da cachoeira.
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