25 de dezembro de 2024

Caim, cantor paulista que morreu aos 80 anos, foi ‘revelação’ caipira em 1967 e viveu fase áurea em dupla com Abel

Caim era o nome artístico do cantor e músico paulista Sebastião da Silva (1944 – 2024)
Divulgação
♪ OBITUÁRIO – Em 1967, o título do primeiro álbum da dupla Abel & Caim, A dupla revelação da cidade sertaneja, já explicitou que, naquele ano, o universo caipira recebia como promissora novidade a dupla sertaneja formada por dois primos nascidos em cidades diferentes do interior do estado de São Paulo, mas irmanados no amor pelo som da viola.
A dupla Abel & Caim se formara na cidade de São Paulo (SP) naquele mesmo ano de 1967 e, no embalo da vitória obtida em concurso de violeiros promovido pela TV Cultura, iniciou discografia que manteve fôlego até meados da década de 1980. Já a dupla resistiu até a segunda semana de 2011, ano da morte de Abel.
Abel era José Vieira (29 de março de 1929 – 12 de janeiro de 2011), paulista de Itajobi (SP). Caim era Sebastião Silva (20 de janeiro de 1944 – 29 de março de 2024), cantor nascido em Monte Azul Paulista (SP) e morto em hospital de Marília (SP), aos 80 anos, na madrugada de sexta-feira, de causa não revelada.
Caim formou duplas com outros cantores antes de conhecer Abel. Após a morte do companheiro, Caim também seguiu em atividade, primeiramente em carreira solo e, a partir de 2016, em dupla com Adel, nome artístico do cantor Adilson Cândido da Silva (25 de outubro de 1961 – 6 de junho de 2019), morto há cinco anos.
Contudo, o auge de Caim foi mesmo em dupla com Abel, com quem construiu discografia editada por gravadoras brasileiras como Chantecler, Continental, Copacabana e pela multinacional RCA.
Álbuns como Relíquias de amor (1968), Amor divinal (1970), Presente de amor (1973), Mãe amorosa (1974), Quando a saudade machuca (1975), O fazendeiro e o diabo (1976), A noite do nosso amor (1977), Fã desconhecida (1978) e Quarto de saudade (1980) reverberaram em nichos do universo caipira com uma música sertaneja àquela já cada vez mais amalgamada com a canção sentimental brasileira rotulada como cafona pelas elites culturais.
A rigor, em que pese o sucesso nesses nichos caipiras do interior do Brasil, a dupla Abel & Caim nunca esteve no primeiro time da música sertaneja, mas, em maior ou menor escala, influenciaram cantores e duplas que chegaram ao topo do segmento a partir da década de 1990.

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