Onda de calor deve se estender ao menos até dia 10 de maio. Centro-Sul do país é a região mais atingida pelas altas temperaturas. Cheia do Rio Taquari no Rio Grande do Sul
Diego Vara/Reuters
Com a quarta onda de calor do ano, os próximos dias devem ser de muito calor no Centro-Oeste e no Sudeste do país. Já no Sul, o alerta para as chuvas permanece, com grandes acumulados sendo esperados pelo menos até o próximo domingo (5).
Inicialmente previsto para terminar nesta semana, o fenômeno deve se estender pelo menos até dia 10 de maio. O Centro-Sul é a região que vem sendo mais atingida pelas altas temperaturas.
🌡️Essa nova onda de calor é resultado da atuação de uma área de alta pressão que impede que frentes frias avancem para o Sudeste e para o Centro-Oeste. Essa dinâmica ao mesmo tempo mantém o ar quente e seco nessas regiões e faz com que as chuvas se concentrem no Sul.
“Os modelos indicam que o bloqueio atmosférico que está atuando no país pode seguir até a metade de maio. Com isso, o calor pode se prolongar até o fim do mês. O alívio deve vir só na última semana”, analisa a especialista em meteorologia Maria Clara Sassaki.
Quarta onda de calor do ano deve se estender até o dia 10 de maio e atingir de forma mais intensa Centro-Sul do país
Arte g1/Kayan Albertin
Alerta para as altas temperaturas
Por causa das altas temperaturas que vêm sendo registradas, o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu quatro alertas meteorológicos: um alerta de “grande perigo”, dois de “perigo” e um de “perigo potencial”.
⚠️ Os avisos do Inmet se diferenciam pelo período previsto de duração das altas temperaturas:
🟡 Perigo potencial: quando há o aumento da temperatura 5ºC acima da média por um período de dois a três dias. Exige cuidado na prática de atividades que podem estar sujeitas a riscos meteorológicos;
🟠 Perigo: aumento da temperatura 5ºC acima da média por três a cinco dias. Importante se manter vigilante e se informar sobre as condições meteorológicas previstas;
🔴 Grande perigo: aumento da temperatura 5ºC acima da média por mais de cinco dias consecutivos. Previsão de um fenômeno meteorológico com intensidade excepcional, com grande probabilidade de risco para a integridade física.
🟡No caso desta onda de calor, o aviso de perigo potencial abrange os seguintes estados:
sul de Minas Gerais
sul do Espírito Santo
Aviso de perigo potencial por causa das altas temperaturas nos próximos dias.
INMET
🟠Já os avisos de perigo incluem as regiões:
nordeste do Paraná
São Paulo
sul de Minas Gerais
Rio de Janeiro
Quatro estado estão sob alerta de perigo por causa da onda de calor.
INMET
🔴O alerta de grande perigo inclui boa parte do Centro-Oeste do país, abragendo:
norte do Paraná
oeste de São Paulo
oeste de Minas Gerais
Mato Grosso do Sul
sul de Goiás
sul do Mato Grosso
O Centro-Oeste é a região que deve enfrentar as altas temperaturas por uma maior quantidade de dias.
INMET
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Chuvas no Sul
Além do calor previsto para o Centro-Oeste e para o Sudeste, outra condição que permanece nos próximos dias são as chuvas no Sul.
O temporais têm causado grandes estragos na região nas últimas semanas. No Vale do Taquari, no Rio Gande do Sul, o rio Taquari atingiu níveis impressionando, ultrapassando dos 30 metros em algumas cidades. A marca é a maior já registrada na história.
Região Sul segue com previsão de grandes acumulados de chuva para os próximos dias.
INMET
No estado, o volume de chuva em 24 horas já ultrapassou a média para maio segundo o Inmet.
🚨🚨A previsão é que a condição se mantenha até sábado (4), com acumulados que podem chegar a 400 milímetros. O volume vai se somar aos mais de 300 milímetros de chuva registrados nesta semana.
De acordo com Maria Clara Sassaki, apesar do volume esperado para o fim de semana ser menor do que o registrado nos últimos dias, a chuva ainda deve ser significativa.
Segundo os especialistas, a calamidade na região é efeito da soma de ao menos três fatores:
💨 Havia um cavado (uma corrente intensa de vento) agindo sobre a região, o que fazia com que o tempo ficasse instável;
💧 Isso se somou a um corredor de umidade vindo da Amazônia, que aumentou a força da chuva;
🚫 O cenário foi agravado por um bloqueio atmosférico, reflexo da onda de calor, que fez com que o centro do país ficasse seco e quente, deixando a chuva concentrada nos extremos.
O Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) já atua dando informações à Defesa Civil e ao governo para que sejam adotadas medidas para minimizar os impactos. Segundo o órgão, o alerta agora segue sendo sobre o volume de chuvas, mas também sobre a possibilidade de deslizamento.
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