14 de janeiro de 2025

Câmara de Choró prorroga prazo para candidato eleito foragido tomar posse como prefeito, no CE


Bebeto Queiroz (PSB) e seu vice, Bruno Jucá (PRD), é investigado por envolvimento com organização criminosa. Bebeto Queiroz, prefeito eleito de Choró, teve a posse suspensa pela Justiça Eleitoral.
Redes sociais/Reprodução
A Mesa Diretora da Câmara Municipal de Choró, a 180 quilômetros de Fortaleza, prorrogou indefinidamente o prazo para o prefeito eleito, Carlos Alberto Queiroz Pereira, conhecido como Bebeto Queiroz (PSB), tomar posse. Bebeto está com um mandado de prisão preventiva em aberto, é considerado foragido pela polícia e foi impedido de tomar posse dia 1º de janeiro por decisão judicial.
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A decisão de prorrogar o prazo de posse foi publicada no ato administrativo nº 1 de 2025 da Mesa Diretora, assinado no dia 10 de janeiro pela atual presidente da Câmara Municipal, Lidiana Castro dos Santos, conhecida como “Lidiana do Cabeça”.
O texto diz que a Lei Orgânica do município – que funciona como uma espécie de “Constituição” da cidade – estabelece que os prefeitos devem ser empossados em até dez dias após o 1º de janeiro do ano em que começa o mandato, salvo se “comprovado motivo de força maior”.
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Uma decisão da Justiça Eleitoral havia suspendido a posse de Bebeto e do seu vice-prefeito, Bruno Jucá (PRD), no dia 1º de janeiro. A suspensão foi informada durante a cerimônia posse dos vereadores da cidade. Na data, ele já era considerado foragido.
Com isso, o então presidente eleito da Câmara Municipal, Paulo George Saraiva, o “Paulinho” (PSB), foi empossado como prefeito interino.
O documento assinado por Lidiana Castro destaca que Bebeto e o seu vice, Bruno Jucá (PRD), não tomaram posse por motivo de força maior, em decorrência de liminar judicial, e que como não há condenação definitiva, a liminar pode ser derrubada, o que restabeleceria aos dois o direito de serem empossados.
Por isso, a Mesa Diretora declarou prorrogado, por tempo indeterminado, o período para que Bebeto e Bruno Jucá possam assumir o comando da prefeitura do município. Bebeto Queiroz está com um mandado de prisão preventiva em aberto, decorrente de investigações contra ele, e seu paradeiro é desconhecido.
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Alvo de operações da PF e MP
Ele foi alvo da Operação “Ad Manus”, deflagrada pelo Ministério Público do Ceará em novembro deste ano, e da Operação ‘Vis Occulta’, realizada pela Polícia Federal (PF) no início de dezembro.
A operação do MP investigou a suspeita de fraude em contratos envolvendo o abastecimento de veículos da prefeitura do município, localizado a 180 quilômetros de Fortaleza. Durante essa operação, Marcondes Jucá (PT), o prefeito antecessor de Bebeto, foi afastado do cargo e preso, juntamente com um servidor da Secretaria de Transportes.
Na época, também foi emitido um mandado de prisão contra Bebeto, que chegou a ficar foragido, mas se entregou dias depois. Ele ficou dez dias detido, porém foi solto após expirar o prazo da prisão temporária.
Duas semanas depois, no início de dezembro, a Polícia Federal deflagrou a Operação ‘Vis Occulta’, com o objetivo de desarticular um grupo criminoso estruturado e hierarquizado, responsável pela compra de votos e influência no pleito eleitoral em dezenas de municípios do Ceará, entre eles, Choró.
Com a nova operação, Bebeto foi novamente alvo de um mandado de prisão preventiva. Porém, os policiais federais não conseguiram localizar o prefeito, que é considerado foragido desde então.
Durante as investigações, a polícia apurou o envolvimento de Bebeto e do vice com uma organização criminosa para o cometimento de crimes eleitorais, como compra de votos, e lavagem de dinheiro
Antigo prefeito de Choró, Marcondes Jucá (à esquerda), e prefeito eleito da cidade, Bebeto Queiroz (à direita), foram alvos de mandados de prisão
Reprodução
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