10 de janeiro de 2025

Câmera de segurança registra menor suspeito de matar família vizinha carregando saco preto após o crime

Adolescente de 15 anos, segundo depoimento da irmã, teria colocado roupas em um saco e saído, na manhã do crime, voltando 40 minutos depois, quando a polícia já estava na residência das vítimas. Menor, que foi encontrado morto, é principal suspeito de ter assassinado um casal de idosos e o genro deles, em Agudos (SP), no final de maio. Câmera de segurança registra menor suspeito de matar família vizinha carregando saco preto
As imagens de uma câmera de segurança registraram o momento em que o adolescente de 15 anos tido como principal suspeito de ter assassinado um casal de idosos e o genro deles, em Agudos (SP), passa por uma rua da cidade carregando um saco preto momento depois do crime ter ocorrido, na manhã do dia 24 de maio. (Veja o vídeo acima)
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Nas imagens, as quais o g1 teve acesso na manhã desta quarta-feira (5), é possível ver o jovem de 15 anos caminhando pela calçada, vestindo chinelos, uma camiseta branca e bermuda preta. Ele carrega na mão direita o saco preto e na mão esquerda outro objeto que não é possível ser identificado pelas imagens.
Em depoimento à polícia, a irmã do adolescente já havia contado que, no dia do crime, escutou passos no telhado e, na sequência, o irmão teria descido, tomado banho, colocado roupas em um saco e saído, voltando 40 minutos depois, quando a polícia já estava na residência das vítimas.
O jovem desapareceu logo após a localização dos corpos e, segundo a polícia, costumava fazer uso de drogas no telhado da casa dele, que dá para os fundos da residência das vítimas.
Adolescente suspeito de triplo assassinato foi encontrado morto em prédio abandonado em Bauru (SP)
Reprodução/Google Street View
Na segunda-feira seguinte ao crime, o jovem foi encontrado morto em um prédio abandonado, em Bauru (SP), há 20 km de Agudos. Segundo o laudo do médico legista, a morte do jovem foi causada por uma lesão na coluna cervical, após uma queda .
Os exames necroscópicos descartaram agressões em vida contra o jovem, já que não foram encontrados hematomas no corpo. Os resultados confirmaram a versão dada em depoimento à polícia por três amigos do adolescente que estavam com ele no final de semana após o crime. Segundo eles, o jovem suspeito morreu após uma queda acidental.
Celular localizado
Ainda segundo a polícia, durante a perícia complementar feita no prédio onde o corpo do menor foi encontrado, foi localizado o telefone celular que desapareceu da residência do casal de idosos assassinado.
De acordo com a polícia, foi verificado o “IMEI” – que é o número de identificação do aparelho – junto à operadora de telefonia celular, e a conclusão foi de que era o aparelho registrado em nome de uma das vítimas, Joana Carrasco, de 70 anos.
A família apresentou a caixa do aparelho, o que também confirmou ser o telefone da vítima. O telefone foi encaminhado para coleta de material genético e obtenção de ordem judicial para que a polícia tenha acesso ao conteúdo dele.
Celular foi encontrado durante a perícia complementar no prédio em Bauru
Polícia Civil/ Divulgação
Tragédia familiar
As três pessoas da mesma família foram mortas a facadas na residência do casal de idosos, na sexta-feira (24), em Agudos. Os corpos de Joana Carrasco, de 70 anos, Aparecido Carrasco, de 74, e o genro deles, Valdinei de Souza, de 57 anos, foram encontrados pela filha e esposa das vítimas.
Casal e genro foram assassinados em Agudos (SP)
Arquivo pessoal
Valdinei costumava passar na casa dos sogros após fazer exercícios pela manhã e, segundo a viúva dele, no dia do crime, ele saiu sem celular.
Preocupada com o marido, ela tentou falar com os pais, mas sem sucesso. Como ela não conseguia contato com o marido e nem com os pais, decidiu ir até a casa, onde encontrou os três mortos.
De acordo com o delegado Marcos Jefferson, responsável pela investigação, a polícia acredita que o autor do crime pulou o muro dos fundos da casa e, diante da dinâmica de como os corpos foram encontrados, o primeiro a ser agredido teria sido Aparecido Carrasco, que estava em um corredor entre a sala e a cozinha da residência, mais próximo ao segundo cômodo.
Vítimas foram encontradas com sinais de violência em Agudos (SP)
Arquivo pessoal
“A gente sabe que o primeiro agredido foi o senhor na cozinha. O autor do crime foi dos fundos para a frente, acessou pelos fundos da casa, começou o crime pelos fundos, indo em direção à frente da casa”, revela.
Os corpos das outras duas vítimas foram encontrados em outros cômodos, sendo Joana Carrasco na cozinha, bem ao lado do fogão, e o genro dela, Valdinei, na sala. Os três apresentavam marcas de facadas no pescoço.
Apesar das suspeitas, o delegado afirma que os investigadores aguardam ainda os exames necroscópico das vítimas, laudos periciais e análise de imagens de circuito de segurança próximo à residência para poder desvendar a autoria, motivação e cronologia do crime, que causou comoção em Agudos, cidade de 37 mil habitantes no interior de SP.
“A gente continua estudando todas as linhas de investigação. Essa do adolescente ganhou um certo vulto, mas precisamos de provas. Estamos colhendo vídeos próximo ao local, precisamos de provas da perícia, de laudos”, pontua Marcos Jefferson.
Ainda de acordo com o delegado, a arma utilizada no crime, possivelmente uma faca, não foi localizada, e o princípio de incêndio no fogão registrado no local pode ter sido uma forma do suspeito de tentar apagar evidências do crime, inicialmente registrado como triplo homicídio.
Os corpos das vítimas foram velados e enterrados no dia seguinte ao crime no Cemitério Municipal de Agudos.
Três pessoas da mesma família foram encontradas mortas em Agudos (SP)
Mayky Araújo/TV TEM
Morte do adolescente
O corpo do menor de idade, também vizinho do casal assassinado, foi achado por volta das 10h30 da segunda-feira seguinte ao assassinato, 27 de maio, em um imóvel na Rua Doutor Adolpho Miraglia, em Bauru, cidade a 20 km de Agudos.
Após analisar 2 mil vídeos com 48 horas de gravações de câmeras de segurança da região onde fica o prédio, a polícia chegou a três amigos do adolescente, de 16, 18 e 20 anos.
Em depoimento eles revelaram que vieram para Bauru após fumarem maconha ainda em Agudos, no domingo, 26 de maio, e compraram spray de pichação e respingo de solda que foram usados como alucinógenos, além de salgados. Tudo teria sido pago pelo adolescente suspeito com dinheiro que teria sido roubado do casal de idosos.
Resquícios dos alimentos e os produtos alucinógenos foram posteriormente encontrados no prédio onde o menino morreu. Segundo o delegado Cledson Nascimento, os três jovens deram a mesma versão da morte do amigo.
“Na versão dos três, quando saíam do local já próximo ao térreo, o menor disse que voltaria para apanhar seus chinelos e, logo em seguida, eles escutaram um forte estrondo e, quando foram ver, o mesmo estava caído no vão lateral, com vários ferimentos”, afirma o delegado.
Questionados sobre o motivo pelo qual não pediram socorro, foram unânimes em dizer que temiam serem responsabilizados pela morte, dizendo que todos estavam bastante alterados pelo uso do alucinógeno.
Quando o corpo foi encontrado, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) chegou a ser acionado e constatou o óbito no local. O caso foi registrado como morte suspeita e segue sob investigação.
Comportamento agressivo
Em depoimento, a mãe e a irmã do adolescente contaram que o jovem era usuário de drogas e apresentava comportamento agressivo, além de misturar o consumo de álcool com remédios.
Segundo o delegado, dias antes do crime, o adolescente agrediu a mãe por ela ter retirado o celular dele. Durante a investigação, outras testemunhas contaram, ainda, que viram o jovem com um celular “velho” e “conservado”, possivelmente de uma das vítimas dos assassinatos.
Ele era considerado desaparecido desde o dia dos homicídios. Durante o período, segundo testemunhas contaram à polícia, chegou a encontrar um amigo, quando o adolescente teria gastado R$ 360 em roupas e contou para ele que iria para Bauru. A polícia apura se o dinheiro era das vítimas.
Casal de idosos e genro encontrados mortos são velados em Agudos (SP)
Reprodução
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