30 de setembro de 2024

Caminhoneiro e dono de transportadora viram réus por homicídio por engavetamento entre 19 veículos que matou professora e filho na BR-376

Denúncia afirma que motorista estava em velocidade incompatível com a via e que caminhão estava sem manutenção. Caminhoneiro não tem advogado constituído. Defesa de empresa nega acusações e afirma que rodovia estava sem sinalização para lentidão. MP denuncia caminhoneiro e dono de empresa por acidente que matou mãe e filho
Um caminhoneiro e o dono de uma transportadora se tornaram réus na Justiça devido ao engavetamento entre 19 veículos que matou a professora Vanessa Kubaski Maciel, de 37 anos, e o filho dela, Pedro Henrique Maciel Jorge, de 7 anos.
O motorista Tiago Arthur Bueno, de 37 anos, e o empresário Edelar Julio Posser, de 65, vão responder por homicídio simples e qualificado contra menor de 14 anos e lesões corporais simples e de natureza grave.
O acidente aconteceu na noite de 6 de abril de 2023, no km 505 da BR-376, em Ponta Grossa, nos Campos Gerais do Paraná, e também deixou duas pessoas feridas. Relembre detalhes mais abaixo.
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Na denúncia, o Ministério Público (MP) alega que o motorista estava em velocidade incompatível com a via e sabia que o caminhão estava sem manutenção – serviço, esse, que era de responsabilidade da transportadora, que, para o MP, “assentiu que o veículo rodasse nas condições em que estava”.
“O denunciado Tiago conduzia o caminhão em velocidade incompatível com as condições apresentadas na via, pois era de noite e chovia. Além disso, os sistemas de freios do trator e dos semirreboques estavam ineficientes para frenagem, os pneus estavam desgastados e o cronotacógrafo estava inoperante, circunstâncias que foram determinantes para a ocorrência do resultado morte e que eram de conhecimento de ambos os denunciados “, diz a denúncia.
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PRF
O laudo pericial do acidente que indica que o caminhão que atingiu o veículo das vítimas estava com problemas de manutenção foi finalizado em julho de 2023. Ele também cita que a reação ineficaz do motorista do caminhão foi fator determinante do acidente e que não foram encontradas, no local do engavetamento, marcas de frenagem compatíveis com o caminhão e com os reboques.
O advogado que representa Edelar Julio Posser e a transportadora Rodoposser nega as acusações de falta de manutenção do veículo e alta velocidade do caminhoneiro no momento do acidente, e alega que a rodovia estava sem sinalização para a lentidão registrada no momento do acidente.
Tiago Arthur Bueno não havia apresentado advogado de defesa até a publicação desta reportagem.
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Relembre o acidente
Diretora de escola morreu em acidente com 19 veículos na BR-376, em Ponta Grossa
Foto Autorizada/Arquivo Pessoal
De acordo com a PRF, houve um primeiro acidente na rodovia entre um carro e um caminhão. Ninguém ficou ferido.
Porém, por conta do atendimento à ocorrência, um congestionamento se formou. No fim da fila, o caminhão sem freios não conseguiu parar a tempo. Segundo a polícia, ele estava carregado com 38 toneladas de soja.
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Para não acertar outra carreta após um trecho de descida, ele mudou para a faixa ao lado e atingiu carros, lançou-os contra outros e também bateu em caminhões.
Ao todo, 19 veículos se envolveram no engavetamento. Entre eles estavam o carro das vítimas.
O motorista fez teste do bafômetro, com resultado negativo para ingestão de álcool. Ele foi preso em flagrante por homicídio e lesão corporal culposos após a polícia identificar os problemas de manutenção. Porém, na audiência de custódia foi arbitrada fiança e desde então o homem aguarda o julgamento em liberdade.
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