25 de dezembro de 2024

Caminhoneiro é flagrado com ‘rebite’ na Via Dutra, em Barra Mansa

Caso aconteceu no distrito de Floriano, no km 296. Segundo a PRF, o condutor foi abordado em um posto de combustível após ser flagrado com a carga posicionada errada. Caminhoneiro é flagrado com ‘rebite’ na Via Dutra, em Barra Mansa
Reprodução/Polícia Rodoviária Federal
Um caminhoneiro foi flagrado com “rebite” no início da tarde deste sábado (29) na Via Dutra, em Barra Mansa (RJ).
Segundo a Polícia Rodoviária Federal, os motoristas utilizam esse tipo de droga, que inibe o sono e tem a venda e fabricação proibidas no Brasil, para dirigir por períodos prolongados sem dormir.
O flagrante aconteceu no distrito de Floriano no km 296, durante uma fiscalização da Polícia Rodoviária Federal.
A carreta foi parada após ser flagrado com a carga posicionada de forma errada. Ainda de acordo com a PRF, o veículo estava vindo de São Paulo (SP) e estava indo para o Pernambuco (PE).
No momento da fiscalização da carreta, o caminhoneiro foi questionado pelos agentes se realizava o consumo de alguma substância para se manter acordado e ele negou.
Durante a revista na cabine, foram encontradas uma cartela parcialmente consumida de rebite, contendo nove comprimidos de rebite.
O motorista foi autuado por comprar, guardar ou portar drogas sem autorização para consumo próprio.
Caminhoneiro é flagrado com ‘rebite’ na Via Dutra, em Barra Mansa
Reprodução/Polícia Rodoviária Federal
Sobre o rebite
Caminhoneiro é flagrado com rebite na Via Dutra
Divulgação/PRF
O rebite é um termo coloquial usado no Brasil para se referir às anfetaminas ou medicamentos estimulantes similares utilizados para se manter acordado por mais tempo.
“Podemos dizer que o ‘rebite’ atualmente se refere a uma classe de medicamentos que fazem parte do grupo das anfetaminas. Essas anfetaminas têm semelhança química estrutural com as catecolaminas (adrenalina e noradrenalina). E por ter uma analogia estrutural, as anfetaminas agem no nosso cérebro aumentando a liberação de catecolaminas, inibindo a recaptação e agindo semelhantemente como uma catecolamina nos receptores pós-sinápticos do cérebro”, pontuou a farmacêutica, Marcelle Alves Carvalho.
“Essas drogas funcionam estimulando o sistema nervoso central. Aumenta a liberação e a atividade de neurotransmissores, como a dopamina e a norepinefrina, que são responsáveis por aumentar a tensão, o estado de alerta e a energia”, explicou o psiquiatra, Dr. Fernando Guilherme de Sá Martins.
O uso de rebite pode causar efeitos no organismo, como agitação, ansiedade, irritabilidade, insônia, euforia e outros.
“Ao término do efeito dessa droga, acontece o que chamamos de queda ou crash, que é caracterizado pelo cansaço extremo, depressão, irritabilidade e uma necessidade intensa de dormir. E o uso repetido pode levar a um ciclo de dependência e abstinência, disse Fernando.
A droga é usada por motoristas que dirigem longas distâncias para conseguirem se manter acordados por muito tempo.
“Os caminhoneiros utilizam rebites, principalmente, para combater a sonolência e o cansaço, porque esses estimulantes, de certa forma, acabam permitindo que os caminhoneiros dirijam por períodos prolongados sem dormir. Às vezes, a pressão para cumprir prazos apertados e maximizar ganhos financeiros são fatores que muitas vezes contribuem para o uso dessa droga”, explicou o psiquiatra, Fernando de Sá Martins.
O uso do medicamento causa efeitos colaterais nos motoristas e podem provocar acidentes na estrada.
“Pode alterar o comportamento do indivíduo, no caso dos motoristas, torná-lo mais agitado, confiante, além do normal, se colocando em risco e aos outros, podendo cometer infrações de trânsito que possam ocasionar acidentes graves como exceder o limite de velocidade, ultrapassagem indevida, pode perder a noção de distância e espaço. No caso de caminhões e carretas, não reduzindo a velocidade de forma segura ao fazer uma curva, podendo ocorrer tombamentos ou outros tipos de acidente”, explicou o Policial Rodoviário Federal, Carlos André Nogueira Fernandes.
“Esses efeitos podem fazer com que o motorista tenha um problema de saúde dirigindo, e também dependendo do excesso da dose e da sensibilidade da pessoa pode aparecer um verdadeiro estado de paranóia e até alucinações o que gera um acidente de trânsito”, completou Marcelle.
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