De acordo com a Secretaria de Saúde, vítimas, que tinham entre 60 e 88 anos, vieram a óbito em maio. Cidade vive pior epidemia de dengue, com 117,3 mil casos confirmados. Mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue
Reprodução/RBS TV
Com seis novas mortes confirmadas nesta terça-feira (6), Campinas (SP) atingiu 54 óbitos por dengue em 2024. De acordo com a Secretaria de Saúde, as mortes ocorreram entre os dias 14 e 29 maio. A cidade registra 117.383 casos confirmados neste ano, em sua pior epidemia da doença na história.
A metrópole já havia superado a soma das mortes por dengue registradas nos últimos 12 anos, quando 47 moradores vieram a óbito em virtude da dengue entre 2012 e 2023.
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Segundo a pasta, todas as vítimas, cinco do sexo feminino e uma do masculino, com idades entre 60 e 88 anos, apresentavam comorbidades – veja os detalhes:
Sexo masculino, 60 anos, com comorbidades. Atendido na rede pública e morador da área de abrangência do CS Boa Vista. Ele teve início dos sintomas em 25 de maio e o óbito ocorreu no dia 29 do mesmo mês.
Sexo feminino, 69 anos, com comorbidades. Atendida na rede privada e moradora da área de abrangência do CS Itajaí. Ela teve início dos sintomas em 20 de maio e o óbito ocorreu no dia 28 do mesmo mês.
Sexo feminino, 77 anos, com comorbidades. Atendida na rede privada e moradora da área de abrangência do CS Esmeraldina. Ela teve início dos sintomas em 26 de maio e o óbito ocorreu no dia 27 do mesmo mês.
Sexo feminino, 85 anos, com comorbidades. Atendida na rede privada e moradora da área de abrangência do CS Santa Odila. Ela teve início dos sintomas em 14 de maio e o óbito ocorreu no dia 23 do mesmo mês.
Sexo feminino, 88 anos, com comorbidades. Atendida na rede pública e moradora da área de abrangência do CS Capivari. Ela teve início dos sintomas em 23 de abril e o óbito ocorreu em 15 de maio.
Sexo feminino, 85 anos, com comorbidades. Atendida na rede pública e moradora da área de abrangência do CS Santa Lúcia. Ela teve início dos sintomas em 23 de abril e o óbito ocorreu em 20 de maio.
Em nota, a Secretaria de Saúde lamentou as mortes e se solidarizou com as famílias. Além disso, destacou que casos que têm o óbito como desfecho dependem de fatores como a procura precoce por atendimento, manejo clínico adequado e doenças preexistentes.
Dengue: Campinas tem menor nº de novos casos no ano, mas Saúde reforça importância de medidas da prevenção: ‘Para ser feitas sempre’
Ainda segundo a Secretaria de Saúde, em todas as situações de casos registrados, “medidas preconizadas foram desencadeadas nas regiões onde residiam as pessoas que morreram”, como controle de criadouros, busca ativa de pessoas sintomáticas e nebulização para combater o mosquito Aedes aegypti, vetor da doença.
“A Secretaria de Saúde reitera o alerta feito desde 2023 com objetivo de sensibilizar a população para tentar reduzir casos e óbitos: a melhor forma de prevenção contra a dengue é eliminar qualquer acúmulo de água que possa servir de criadouro, principalmente em latas, pneus, pratos de plantas, lajes e calhas. É importante, ainda, vedar a caixa d’água e manter fechados vasos sanitários inutilizados.”
Ações desenvolvidas em 2024 – até 29 de julho
Controle de criadouros: 1.001.131 imóveis visitados
Nebulização: cobertura de 160,4 mil imóveis
Monitoramento por chatbot: 45.383 pacientes
⚠️ Como saber se o caso é grave
O pico de transmissão da dengue em Campinas neste ano ocorreu no período entre 7 e 13 de abril. O município declarou fim do estado de emergência, mas permanece em epidemia.
“Com isso, as medidas de prevenção e combate à dengue devem ser contínuas e realizadas o ano todo pela população, inclusive durante o inverno”, destaca a pasta.
A Secretaria de Saúde recomenda aos moradores que, caso apresentem febre, procurem centros de saúde “imediatamente para diagnóstico clínico” e não banalizem os sintomas ou façam automedicação.
Embora a dengue não tenha um medicamento específico, há uma série de medidas clínicas que podem evitar o agramento e óbito, se feitas a tempo. Por isso, é preciso ficar atento aos sinais de alarme. São eles:
dor abdominal;
muitos vômitos;
algum sinal de sangramento (gengiva, por exemplo);
menstruação em maior volume, no caso das mulheres;
e sensação de desmaio.
Segundo o Departamento de Vigilância em Saúde (Devisa), o agravamento da dengue, diferente de outras doenças, acontece depois que a febre começa a diminuir. Sendo assim, caso apresente algum sinal, o paciente deve procurar uma unidade de saúde.
“Quem estiver com suspeita ou dengue confirmada e apresentar sinais de tontura, dor abdominal muito forte, vômitos repetidos, suor frio ou sangramentos deve buscar o quanto antes por auxílio em pronto-socorro ou em UPA”, orienta a pasta.
Um ponto que faz a pessoa com dengue ter um desfecho favorável é conseguir beber a quantidade de líquido prescrita, que são 60 ml por quilo de peso.
Como saber se você está com dengue e se é grave
Orientações à população
🌡️ A dengue causa febre alta e repentina, dores no corpo, manchas vermelhas na pele, vômito e diarreia, resultando em desidratação.
🚨 Ao apresentar algum desses sintomas, o morador deve procurar uma das unidades de saúde da cidade para atendimento médico, segundo a Secretaria de Saúde.
Algumas medidas de prevenção são:
utilize telas de proteção com buracos de, no máximo, 1,5 milímetros nas janelas de casa;
deixe as portas e janelas fechadas, principalmente nos períodos do nascer e do pôr do sol;
mantenha o terreno limpo e livre de materiais ou entulhos que possam ser criadouros;
tampe os tonéis e caixas d’água;
mantenha as calhas limpas;
deixe garrafas sempre viradas com a boca para baixo;
mantenha lixeiras bem tampadas;
deixe ralos limpos e com aplicação de tela;
limpe semanalmente ou preencha pratos de vasos de plantas com areia;
limpe com escova ou bucha os potes de água para animais;
limpe todos os acessórios de decoração que ficam fora de casa e evite o acúmulo de água em pneus e calhas;
coloque repelentes elétricos próximos às janelas (o uso é contraindicado para pessoas alérgicas);
velas ou difusores de essência de citronela também podem ser usados;
evite produtos de higiene com perfume porque podem atrair insetos;
retire água acumulada na área de serviço, atrás da máquina de lavar roupa.
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