19 de setembro de 2024

Campinas decreta estado de emergência para dengue; entenda o que muda

Cidade tem 14,8 mil casos da doença e três mortes neste ano. Mudança permite mais facilidade para adoção de medidas de contenção à epidemia. O Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue, tem uma grande capacidade de adaptação.
CDC
A Prefeitura de Campinas (SP) decretou, na manhã desta quinta-feira (7), estado de emergência para dengue.
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A cidade registrou até agora 14,8 mil casos confirmados e três mortes por dengue, de acordo com o Painel Interativo de Arboviroses, que tem dados atualizados diariamente.
A medida do governo municipal vai ao encontro da decisão do estado, que também decretou, na terça-feira (5), estado de emergência por conta da infecção, provocada pelo mosquito Aedes Aegypti.
Segundo o Departamento de Vigilância em Saúde de Campinas (Devisa), a decisão foi tomada em reunião entre o prefeito Dário Saadi (Republicanos) e gestores da Saúde “após avaliação de critérios epidemiológicos e assistenciais”.
🔻 O que muda?
A situação de emergência permite adoção de medidas necessárias à contenção do aumento de casos de dengue com maior flexibilidade, ou seja, sem necessidade de licitação.
Entre as ações, estão direcionamento de recursos financeiros e agilidade na compra de insumos, soro e materiais para nebulização, além de pagamento de horas extras e eventual contratação de efetivo para reforçar a assistência.
O decreto, que será publicado no Diário Oficial desta sexta-feira (8), permite também recebimento de aporte financeiro do Ministério da Saúde, com valor a ser confirmado, para apoio nas ações de prevenção e combate à doença.
“A decisão é por conta do aumento de casos semana a semana e a previsão de um pico em abril. São facilidades, tanto na compra de insumo, medicamento, contratação de empresas de combate à dengue, todas essas medidas visam a contenção da epidemia de dengue no município”, explicou Andrea Von Zuben, coordenadora do Devisa.
Como saber se você está com dengue e se é grave
Na quarta-feira, a Secretaria de Saúde de Campinas confirmou duas mortes por dengue, totalizando os três óbitos. De acordo com a pasta, as novas vítimas são:
Homem, 94 anos, atendido na rede privada e morador da região de abrangência do Centro de Saúde Integração. Ele apresentou sintomas em 10 de fevereiro e o óbito ocorreu em 15 de fevereiro. O sorotipo não foi identificado no exame.
Mulher, 86 anos, atendida na rede privada e moradora da região de abrangência do Centro de Saúde DIC III. Ela apresentou sintomas em 11 de fevereiro e o óbito foi em 15 de fevereiro. Foi confirmada infecção pelo sorotipo 2.
No final de fevereiro, Campinas confirmou que registrou a primeira morte por dengue em 2024. A vítima era uma mulher de 94 anos, moradora do Jardim Eulina, região da cidade com maior incidência de casos doença.
🔻Quando procurar atendimento?
Mesmo que o cenário geral indique que a dengue em sua ampla maioria não evolui para a forma grave, a coordenadora do Devisa pede que os moradores não banalizem os sintomas e procurem ajuda médica diante dos menores sinais.
“A chave é hidratação. Não é meia dúzia de copos. E não hidratar é que vai gerar a gravidade”, explica Andrea.
Diante do aumento de casos na metrópole, a Secretaria de Saúde mudou o protocolo de atendimento de pacientes com sintomas. Desde terça (20), a orientação é que os moradores procurem um centro de saúde assim que apresentarem febre.
Antes, a recomendação da prefeitura era que os moradores procurassem atendimento médico quando o paciente apresentasse febre e mais dois sintomas associados, como dor de cabeça, dor no corpo, náusea, vômito, manchas no corpo, dor articular e dor atrás dos olhos.
🔻Orientações à população
🌡️ A dengue causa febre alta e repentina, dores no corpo, manchas vermelhas na pele, vômito e diarreia, resultando em desidratação.
🚨 Ao apresentar estes sintomas, o morador deve procurar uma das unidades de saúde da cidade para atendimento médico, segundo a Secretaria de Saúde.
🏥 A orientação da Secretaria de Saúde para pacientes com sintomas da dengue é a busca pelos centros de saúde. Os endereços e horários de atendimento estão disponíveis no site da pasta.
Veja algumas das medidas de prevenção:
Utilize telas de proteção com buracos de, no máximo, 1,5 milímetros nas janelas de casa;
Deixe as portas e janelas fechadas, principalmente nos períodos do nascer e do pôr do sol;
Mantenha o terreno limpo e livre de materiais ou entulhos que possam ser criadouros;
Tampe os tonéis e caixas d’água;
Mantenha as calhas limpas;
Deixe garrafas sempre viradas com a boca para baixo;
Mantenha lixeiras bem tampadas;
Deixe ralos limpos e com aplicação de tela;
Limpe semanalmente ou preencha pratos de vasos de plantas com areia;
Limpe com escova ou bucha os potes de água para animais;
Limpe todos os acessórios de decoração que ficam fora de casa e evite o acúmulo de água em pneus e calhas;
Coloque repelentes elétricos próximos às janelas (o uso é contraindicado para pessoas alérgicas);
Velas ou difusores de essência de citronela também podem ser usados;
Evite produtos de higiene com perfume porque podem atrair insetos;
Retire água acumulada na área de serviço, atrás da máquina de lavar roupa.
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