9 de outubro de 2024

Candidatos de direita disputarão votos da esquerda no 2º turno em Curitiba, afirma diz diretor do Instituto Quaest

Felipe Nunes destaca que o resultado do 1º turno confirmou tendências apontadas pelas pesquisas. O diretor avalia que apoios e alianças devem ganhar força na corrida acirrada. Dois candidatos de direita disputam o 2º turno em Curitiba
O segundo turno da eleição para a Prefeitura de Curitiba será entre dois candidatos de direita, Eduardo Pimentel (PSD) e Cristina Graeml (PMB), que disputarão votos da esquerda. A afirmação é do diretor do Instituto Quaest, Felipe Nunes.
A pesquisa de véspera do Instituto Quaest, contratada pela RPC e divulgada no sábado (5), apontou essa tendência. Entenda a seguir.
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Nas pesquisas do instituto, Pimentel, apesar de sempre se manter na liderança, teve uma queda de 12 doze pontos em relação à pesquisa de 17 de setembro, considerando os votos válidos.
Graeml fez o caminho inverso. A candidata, que estava em 5º lugar na pesquisa anterior, subiu 20 pontos, e assumiu a vice liderança. Veja:
Evolução dos candidatos que disputam o 2º turno à Prefeitura de Curitiba
RPC
A margem de erro da pesquisa é de 3 pontos para mais ou para menos. Os resultados finais ficaram todos próximos a margem.
A pesquisa divulgada no dia 5 de outubro foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com o número PR-04399/2024. O registro do levantamento divulgado em 17 de setembro é PR-07358/2024.
Nas urnas, Pimentel teve 33,51% dos votos válidos e Cristina 31,17% – resultado que confirmou o caminho desenhado pela Quest.
“Desde a primeira rodada [de pesquisas] eu já dizia que esta seria uma das eleições mais competitivas que Curitiba veria nos últimos tempos. Por que? Porque o grau de indecisão do eleitor estava muito alto. Imagine você: 60% dos eleitores diziam, aproximadamente, até pouco tempo da eleição que não tinham ainda escolhido seu candidato. Esse geralmente é um sinal que nós pesquisadores captamos para mudanças que podem acontecer de uma maneira muito brusca principalmente na reta final. E foi exatamente o que aconteceu. O candidato do governo, apoiado pelo governador, que vinha muito forte com a campanha de TV e o apoio de [Rafael] Greca e de Ratinho acabou dando a Eduardo Pimentel uma força muito grande de largada. Mas quem teve uma força de chegada foi a candidata Cristina Graeml”, afirma o diretor do instituto.
O diretor afirma que as pesquisas não são ferramentas para adivinhar o que vai acontecer no futuro, mas uma forma de captar as tendências e o “clima” da eleição.
Para chegar nas estimativas de véspera, o instituto de pesquisa computa intenções de voto com o perfil e o padrão de comparecimento eleitoral, para corrigir pelo viés de abstenção que tem estado cada vez mais presente nas eleições brasileiras.
A Quest também mostrou que a diferença entre os dois candidatos poderia ser pequena. Nas urnas, pouco mais de 21 mil votos separaram os dois primeiros colocados – ou menos de 3 pontos percentuais de diferença.
Dois primeiros colocados no 1º turno tiveram diferença de cerca de 21 mil votos
RPC
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Para Felipe Nunes, o perfil conservador da cidade ajuda a explicar um segundo turno concentrado entre candidatos de direita.
“Vai ser um duelo de direita e, mais curioso, buscando o voto da esquerda, porque quem ficou de fora não foi um candidato de centro, foi um candidato mais à esquerda. O Ducci, que foi o terceiro nome mais bem pontuado não só nas pesquisas, mas também na urna, é um candidato apoiado pelo PT, apoiado pelo Lula, e vai ser muito interessante ver como essas duas candidaturas da direita vão disputar na verdade um voto de esquerda nesse segundo turno”, avalia.
De acordo com a Quaest, numa eleição tão disputada, a definição pode ficar nos apoios e alianças.
“Num cenário de embate dentro de um mesmo campo ideológico, nesse caso da direita, a decisão e o apoio de cada uma das lideranças podem fazer muita diferença”, diz Nunes.
O número de abstenções – quase 28% dos eleitores não foram votar em Curitiba – também pode ser um sinal de alerta, segundo Nunes.
“Essa alta abstenção revela sintoma de uma cidade que está desgastada, uma cidade que não viu nas candidaturas, um terço da população que não viu nas candidaturas uma opção de esperança, de proposta, de futuro que lhes interessava, então, vamos ver como as campanhas vão lidar com isso, mas o segundo ponto é: o fato de nós termos levado em consideração as projeções de abstenção na hora de fazer os cálculos de votos válidos acabaram ajudando nessa reta final o eleitor ter uma informação de qualidade para a tomada de decisão, porque, com eu sempre digo, o eleitor é soberano, ele usa a pesquisa como bússola”, destaca.
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